Infografia
2022: Verão a escaldar na Europa
Anomalias globais da temperatura da Terra: nos últimos 40 anos as anomalias anuais, foram sempre superiores à média do século XX
40 anos de temperaturas cada vez mais quentes na Europa
Julho foi um mês extremamente quente. Tão quente que, em sete capitais europeias — Berlim (Alemanha), Dublin (Irlanda), Estocolmo (Suécia), Londres (Inglaterra), Ljubljana (Eslovénia), Roma (Itália) e Zagreb (Croácia) —, os termómetros ascenderam a temperaturas que foram as mais altas a ser registadas naqueles territórios (em Julho) em mais de 40 anos. No caso de Londres, não se bateram recordes respeitantes meramente a Julho. A onda de calor do mês que acaba de chegar ao fim foi tão intensa que, a 19 de Julho, as temperaturas no Reino Unido ultrapassaram os 40 graus pela primeira vez.
No que toca a Portugal, as temperaturas em Lisboa chegaram aos 39,4 graus em Julho. Na primeira quinzena do mês, o valor médio das temperaturas máximas em Portugal continental foi de 33,9 graus Celsius, o que, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, é 5,2 graus acima da média para a altura do ano.
Anomalias da temperatura média global calculada em períodos de cinco anos
Esta animação da NASA permite ver a progressão das anomalias globais da temperatura da superfície entre 1880 e 2021
Área ardida na União Europeia
Entre os dias 1 de Janeiro e 23 de Julho de 2022, arderam 515.475 hectares de floresta na União Europeia. Se recuarmos até 2006, vemos que estamos a caminhar para um ano historicamente preocupante no actual milénio. Este ano, as chamas consumiram quase o quádruplo da floresta que, entre 2006 e 2021, ardeu em média nos primeiros sete meses do calendário.
Até à última quarta-feira, Espanha, Roménia e Portugal eram, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, os Estados-membros com a maior área ardida.
Valores em hectares (acumulado)
Quase metade da Europa a sofrer com falta de água no solo
Cartografia da seca, obtida a partir de dados do Observatório Europeu da Seca e do Serviço de Gestão de Emergências Copérnico, mostra os valores do Indicador Combinado de Secas em Julho de 2022. A imagem revela que 45% do território está sob “Aviso”, ou seja, apresenta um défice de humidade no solo. Mais: 13% do espaço europeu estão em situação de “Alerta”, que consiste numa situação em que a cobertura vegetal já está a sofrer muito com a falta de água (stress hídrico) e há mesmo défice de vegetação.
Área ardida em Portugal
Até à última quinta-feira, já haviam ardido, em 2022, 59.852 hectares de floresta portuguesa. Olhando para os últimos dez anos, não é costume Portugal ter tanta área ardida em apenas sete meses. Nessa categoria, o único ano que bate o actual é 2017 (74.340 hectares ardidos até 28 de Julho desse ano). Entre os fogos de Pedrógão Grande e os incêndios de Outubro, esse foi um ano calamitoso, ao longo do qual viriam a arder 465.581 hectares de floresta.
Já ardeu mais floresta portuguesa nos sete meses de 2022 do que nos 12 meses de cada um dos seguintes anos:
2014: 15.373 hectares, 2015: 41.379 hectares, 2018: 39.191 hectares, 2019: 31.900 hectares, 2020: 57.517 hectares e 2021: 16.237 hectares.
Valores em hectares
Mapa da Península Ibérica mostra “risco extremo de incêndio”
O mapa de risco de incêndio na Europa para 14 de Julho feito pelo Copérnico mostra grande parte da Península Ibérica, e Portugal quase inteiro, estão na categoria de “risco extremo”, com o sul do país (Alentejo e Algarve) a surgir num tom ainda mais escuro, de “risco muito extremo” de incêndio.
Temperaturas da superfície do solo ultrapassaram os 60 graus em Portugal
Temperaturas da superfície do solo ultrapassaram os 60 graus em Portugal
A imagem foi obtida às 11h31m55s de 10 de Julho, quando o satélite Sentinela-3B do Copérnico passou por cima da Península Ibérica e captou as temperaturas daquele momento, usando o seu Radiómetro de Temperatura de Superfície da Terra e do Mar.
A imagem foi obtida às 11h31m55s de 10 de Julho, quando o satélite Sentinela-3B do Copérnico passou por cima da Península Ibérica e captou as temperaturas daquele momento, usando o seu Radiómetro de Temperatura de Superfície da Terra e do Mar.
