Arquitectura
Em Braga, uma casa azul em Português Suave chegou ao século XXI
De autoria de Tiago do Vale, o projecto da Casa de Santo Adrião procurou recuperar os elementos originais e adaptar a construção aos padrões actuais.
O projecto de reabilitação da Casa de Santo Adrião, em Braga, focou-se na procura de um equilíbrio entre a preservação da história e a adaptação às necessidades actuais. Desenhada segundo o modelo arquitectónico Português Suave durante o Estado Novo, o edifício “situa-se naquilo que era um bairro de habitação económica”, onde as construções simples atendiam, apenas, aos “padrões mínimos de salubridade”, explica o arquitecto Tiago do Vale ao P3.
“Essas habitações são muito difíceis de adaptar às necessidades de hoje”, afirma. “Tentámos superar essa dificuldade e fazer a adaptação, comprometendo o mínimo possível as qualidades e as características identitárias daquelas construções.”
Com o intuito de tornar a distribuição das divisões da casa mais "apelativa, confortável e eficiente”, foram derrubadas as paredes originais internas que limitavam a sala e a cozinha. Por outro lado, as cores claras e os detalhes minimalistas preexistentes foram mantidos para “maximizar a sensação de espaço e a luz natural”.
No piso superior, os quartos foram redesenhados “de maneira a torná-los idênticos entre si”. Mas para além de funcionarem como dois quartos autónomos, podem ser transformados “numa grande suíte” se for levantada a parede que os divide, escondendo-a entre o vão do tecto.
No rés-do-chão da casa azul, a antiga garagem anexa deu lugar a um escritório. Conectada à casa por uma galeria interior, a divisão foi pensada para responder a questões de acessibilidade, podendo ser “muito facilmente adaptada para um quarto com sua própria instalação sanitária completa”.
Texto editado por Amanda Ribeiro