Os rapazes que criaram uma democracia no franquismo e deram a volta ao mundo
No final dos anos 1950, um grupo de jovens galegos criou um projecto educativo em autogestão que atrairia milhares de crianças de diferentes origens. Na sua pequena “cidade” havia espaços de ensino e lazer, indústria, banco com moeda própria e até uma bomba de gasolina. Montaram um circo mundialmente famoso, que actuou para chefes de Estado e artistas ilustres, e também uma televisão, onde se formaram profissionais. Replicaram a comunidade noutros países e foram até sugeridos para o Nobel da Paz, mas acabaram com polémica. O que resta da Ciudad de los Muchachos?
Quando entrou no cinema naquele dia, por volta de 1950, Jesús Silva não imaginava que assistir a Homens de Amanhã inspiraria o seu futuro. O filme — que narrava a história real de um centro de reintegração de jovens conflituosos fundado pelo padre norte-americano Edward J. Flanagan — iluminou as inquietações sociais daquele adolescente de Ourense, na Galiza. Pouco depois, terminado o liceu, tomaria uma decisão que deixaria irmãos e pais a chorar: escolheu a igreja como via para tornar o mundo mais justo.
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