Sobe para 91 o número de mortos causados pelas chuvas em Pernambuco

Há 26 desaparecidos e mais de cinco mil desalojados. Chuvas devem continuar nos próximos dias mas com intensidade moderada.

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A capital do estado do Pernambuco, Recife, foi das zonas mais atingidas pelas chuvas fortes Reuters

O número de mortos pelas chuvas em Pernambuco, no Brasil, chegou a 91, de acordo com o balanço divulgado esta segunda-feira pela Secretaria de Defesa Social do estado. Ao todo, estão 26 desaparecidos no estado. Por causa da tragédia, a prefeitura de Recife anunciou o cancelamento das festividades de São João.

O número de desalojados subiu para cerca de cinco mil. Diversas campanhas de doação foram abertas para ajudar as famílias atingidas.

O governo estadual decretou estado de emergência em Pernambuco. Esta segunda-feira, o Presidente Jair Bolsonaro sobrevoou as áreas atingidas, acompanhado por vários ministros e disse que não ter sido contactado pelo governo do estado para tratar dos estragos causados pelas chuvas.

Também nesta segunda-feira, o prefeito João Campos, do Recife, anunciou, ao visitar a creche Miguel Arraes, onde a prefeitura está a receber donativos para ajudar as famílias, que decidiu suspender as comemorações juninas no Recife, nomeadamente as festas de São João e São Pedro.

“Com isso, vamos incrementar em 15 milhões de reais (cerca de 3 milhões de euros) as acções direccionadas para as famílias atingidas”, disse. Há 3500 moradores em abrigos da prefeitura na capital, de acordo com Campos.

No Recife, as aulas presenciais para os mais de 95 mil estudantes foram suspensas. Segundo a gestão municipal, estudantes terão acesso a aulas remotas por meio da plataforma Educa Recife. Dos 41 abrigos oferecidos pela prefeitura, 25 são escolas, creches e centros sociais.

O Presidente Jair Bolsonaro esteve no Recife esta segunda-feira para “melhor se inteirar” da tragédia. Segundo ele, o governo federal disponibilizou desde o início todos os meios para socorrer as famílias atingidas.

Bombeiros enviados pelo Governo da Paraíba e profissionais especializados em casos de deslizamentos de Minas Gerais reforçaram as forças operacionais. Uma equipa da Defesa Civil do Rio de Janeiro está também no Recife para reforçar as operações.

De acordo com informações da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), apesar da redução no volume, as chuvas devem continuar a cair, com intensidade moderada, até à próxima sexta-feira na Região Metropolitana do Recife e na Zona da Mata.

Os maiores volumes de precipitação nas últimas 24 horas foram registados nos municípios de Olinda (60 mm), Paulista (57 mm), Itapissuma (53 mm) e Recife (52 mm). A Defesa Civil reforçou o alerta sobre o alto risco de deslizamentos, uma vez que o solo está bastante encharcado.

A situação dos rios, porém, permanece estável. O nível de acumulação nos pontos monitorizados, sobre os quais foram emitidos avisos de alerta ou inundação, já desceram ou estabilizaram, não havendo necessidade de aviso hidrológico.

Até ao momento, segundo o governo local, não há risco que motive a abertura de comportas nas barragens nas imediações do Rio Capibaribe. Caso haja necessidade, a Defesa Civil informou que avisará a população com antecedência.

Só entre as 23h de sexta-feira e as 11h deste sábado foram registadas chuvas que chegaram a 236 milímetros em alguns pontos da capital pernambucana, de acordo com a Defesa Civil. O valor equivale a mais de 70% do previsto para todo o mês de Maio na cidade, que é de 328,9 milímetros.​

Exclusivo PÚBLICO/Folha de S. Paulo

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