Celebrar a música em Pantera, e olhar os que dançam na sombra com Marlyn
Se em Pantera, a música é a camada intangível que nos conecta às memórias e ao percurso fulgurante deste músico cabo-verdiano, em 5, 6, 7, 8 and One são sobretudo os documentários, na primeira pessoa, os motores de empoderamento.
Umas estacas em palco cobertas com esteiras e tecidos, ora brancos ora com o padrão que reconhecemos do panu di terra cabo-verdiano, desenham estruturas frágeis, quais habitações, que num jogo de sombras separam o passado do presente, a morte da vida, aquele que já foi e os que cá ficaram, e que no grande palco do Rivoli se juntam para cantar, dançar e resgatar pela música a memória de Pantera. De seu nome Orlando Barreto, o já mítico músico e compositor cabo-verdiano, nascido na ilha de Santiago e que faleceu subitamente aos 33 anos na véspera de gravar o seu primeiro álbum, é o mote do concerto coreográfico que lhe recebe o título, com co-autoria de Clara Andermatt e João Lucas, e que abriu no passado dia 19 de Abril a edição 2022 do DDD Festival Dias da Dança, numa celebração que finalmente se despe de máscaras para ser vivida em plena proximidade.
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