Apresentado em 2017, o Karoq, o SUV compacto da Skoda, revelou-se uma aposta de sucesso para marca checa que, quatro anos depois, sentiu necessidade de o actualizar. Mas com aquele cuidado que aconselha o facto de o Karoq ter vendido mais de meio milhão de unidades nos 60 mercados onde está presente e ser actualmente o terceiro modelo de maior sucesso (atrás do Octavia e do citadino Kamiq) do fabricante.
O novo Karoq, que chega agora a Portugal, não está propriamente irreconhecível. No exterior, há alterações ao nível dos pára-choques, que incorporam novas entradas de ar, e do spoiler traseiro, que, em conjunto com as novas jantes, resultam numa melhoria de quase 10% do coeficiente aerodinâmico - apenas 0,30. Este facelift discreto também incidiu sobre a grelha, hexagonal, que está mais larga, e sobre os farolins e faróis, que estão mais finos e, nos caso destes últimos, aptos a receber, como opcional, luzes full-LED Matrix. A parte de baixo do carro também sofreu alterações para ficar mais plana, em nome da aerodinâmica.
Posicionado um degrau abaixo do Kodiaq, o Karoq aproxima-se deste irmão maior e ultrapassa-o, como mais recente, no que toca à interpretação da nova linguagem de design da marca, que se distingue pelos traços mais emocionais e inclusão de elementos cristalinos, na linha do antecipado pelo protótipo Vision X, apresentado em Genebra, em 2018.
O Karoq é mais um exemplo de como a Skoda, que já foi a marca low-cost do Grupo VW, se tem vindo a reinventar e a perder o respeito à marca-mãe, fazendo-lhe feroz concorrência. A preocupação com a qualidade é visível no novo interior, onde é perceptível a escolha de materiais mais agradáveis ao toque e onde se pode optar por um habitáculo mais amigo do ambiente: com o pacote Eco, o tecido do revestimento dos bancos, por exemplo, é feito em parte a partir de garrafas PET recicladas. E, entre os opcionais, há bancos dianteiros com ajuste eléctrico ou climatização de três zonas.
A Skoda raramente desilude no espaço a bordo e volta a dar cartas com o Karoq: além da mala XXL, com mais de 500 litros, a possibilidade de rebater o banco traseiro em 40/20/40 dá-lhe mais funcionalidade.
Na propulsão, mantém-se a aposta nos motores de combustão - sem qualquer electrificação prevista no imediato - mas menos poluentes. Entre os motores da última geração EVO, do Grupo Volkswagen, há três a gasolina - um 1.0 TSI de 110cv; um 1.5 TSI de 150cv, com tecnologia de desactivação de cilindros; e um 2.0 TSI, de tracção integral, capaz de debitar 190cv - e um a gasóleo, o 2.0 TDI, nas declinações de 116 e 150cv, ambos com sistema SCR twin dosing, para reduzir as emissões dos óxidos de azoto, os NOx que tanto preocupam a indústria automóvel.
Na segurança, a Skoda reforça os sistemas de assistência, onde não brilhou nos testes Euro NCAP (apesar das cinco estrelas, neste item apenas reuniu 58 pontos em 100), além de dar a possibilidade de equipar o Karoq com nove airbags, incluindo laterais traseiros.