Piso da Rua Augusta abateu devido a peso de camião
Miguel Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, diz que incidente alerta para um problema mais vasto: a circulação de veículos pesados no centro histórico de Lisboa.
Um camião de mercadorias provocou um abatimento, nesta terça-feira por volta das 6h30, na calçada da Rua Augusta, em Lisboa. As rodas traseiras da viatura ficaram enterradas no piso, pelo que, quando esta foi retirada pelas autoridades, por volta das 10h, ficou visível um buraco na calçada com uma grande dimensão.
O veículo pesado encontrava-se a abastecer estabelecimentos da rua lisboeta com bebidas quando aconteceu o incidente. Miguel Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, diz ao PÚBLICO que a rua tem um sinal de trânsito proibido, com excepção para “os veículos de emergência, da polícia, da câmara municipal e de higiene urbana”, e considera que este episódio alerta para um problema mais amplo: a circulação de veículos pesados no centro histórico de Lisboa. “Esta é proibida pelo Código da Estrada, mas está cheia de excepções nos regulamentos da câmara municipal, que tem um poder quase discricionário de autorizar a entrada deste tipo de viaturas em ocasiões especiais”.
Miguel Coelho refere ainda que “a via se encontra abatida em vários sítios da Baixa”, incluindo em frente à Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, “fruto da passagem de veículos com várias toneladas”, muitos deles utilizados para obras. A calçada encontra-se “sobre infra-estruturas muito antigas” e a circulação automóvel vai desgastando-a, fazendo com que esta acabe mesmo por “cair”.
Em Janeiro de 2020, a Câmara Municipal de Lisboa divulgou que iria limitar a circulação automóvel e restringir ao trânsito de peões várias ruas na Baixa e no Chiado. A nova Zona de Emissões Reduzidas Avenida-Baixa-Chiado (ZER ABC), que deveria estar plenamente em vigor em Agosto do ano passado, estendia-se do Rossio à Praça do Comércio e da Rua do Alecrim à Rua da Madalena.
Mas o projecto não avançou e Fernando Medina, na altura presidente da Câmara Municipal de Lisboa, revelou em Junho de 2020 que a covid-19 tinha alterado os planos e que a entrada em funcionamento da ZER ABC seria recalendarizada. Passados cerca de quatro meses, o ex-autarca remeteu a implementação das restrições à circulação automóvel na Baixa para o mandato seguinte.