Experimental e à procura de novos talentos, o 180 Media Lab arranca no Porto
180 Media Lab arranca no sábado e pretende incentivar a reflexão sobre o valor da arte digital e a colaboração entre artistas emergentes. Durante uma semana vão acontecer exposições, performances, instalações e até mesmo uma venda de criptoarte.
O 180 Media Lab, organizado pelo Canal180 em colaboração com o festival Porto/Post/Doc, decorre entre 20 a 27 de Novembro, no Porto. Com entrada livre, vai desdobrar-se entre a cidade e o digital, divulgando talentos emergentes nas áreas da música, artes visuais, cinema, som e tecnologia.
Ao P3, Joana Seguro, curadora do programa, explica que um dos principais objectivos passa por “tornar acessível diferentes tipos de conteúdo experimental” ao público geral, “avaliar as respostas” do mesmo e incentivar a sua “reflexão acerca do valor da arte digital”. Para além disso, pretende-se promover a colaboração entre artistas das mais diversas áreas, ao mesmo também que se tenta “tornar o Canal180 em algo físico” e encontrar novos talentos para divulgar no canal, que tem desde Maio a sua programação assegurada pela plataforma internacional de arte digital The Wrong.
Durante uma semana, a começar no sábado, o 180 Media Lab vai ocupar vários espaços culturais da cidade. As exposições da The Wrong, que é simultaneamente uma bienal de arte digital e um canal de televisão aberto à participação, vão acontecer no Passos Manuel, na Galeria Ocupa, na The Cave Photography e no Selina Porto. A plataforma vai mostrar uma selecção de narrativas experimentais e cinematográficas, com a curadoria do seu fundador, David Quiles Guillo.
Já na garagem do Canal180, na Rua Miguel Bombarda, o colectivo Berru vai apresentar a instalação Electromagnetic Interference System, resultante da interacção entre um ecrã, um sensor e um conversor. No Atelier Sérgio Rebelo, também na mesma rua, vai ser exibida a obra Variations on Negative Space, criada pelo cineasta Pedro Maia e sonorizada por Joana da Conceição. A intervenção explora os limites da imagem analógica e digital e as possibilidades de materialidade de ambos os meios.
Mas também há actividades a acontecer online, com duas emissões ao vivo transmitidas simultaneamente na televisão, no Canal180, e no Twitch. A primeira é do colectivo NOINDEX, em formato televenda, no dia 25 de Novembro, às 19h. Durante a emissão será possível adquirir obras de vídeo originais, certificadas como NFT (tokens não-fungíveis). A segunda transmissão, que encerra o programa do 180 Media Lab, decorre das 19h às 21h do dia 27 e vai reunir convidados que apresentam peças de dez minutos com conteúdo filmado e performances ao vivo.
A partir de dia 22 vão também decorrer workshops, dinamizados por artistas que vão participar no 180 Media Lab, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e na Escola Artística de Soares dos Reis, direccionados apenas para os alunos que as frequentam.
Texto editado por Amanda Ribeiro