Cinzas do vulcão das Canárias podem chegar à Madeira
O IPMA esclarece que, apesar de poder haver o transporte de cinzas vulcânicas e outros compostos químicos, designadamente CO2 e SO2, a situação não é crítica.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê que a erupção do vulcão Cumbre Vieja possa trazer “cinzas vulcânicas e outros compostos químicos, designadamente CO2 [dióxido de carbono] e SO2 [dióxido de enxofre]” até à Região Autónoma da Madeira, lê-se num comunicado enviado às redacções.
“O IPMA tem acompanhado junto do Instituto Geográfico Nacional e da Agência Meteorológica de Espanha a crise sismovulcânica que, desde o dia 11 de Setembro, tem sido observada na Ilha de La Palma”, diz o instituto, acrescentando que para além do vulcão Cumbre Vieja que entrou este domingo em erupção, foram registados “mais de 1500 sismos”.
“Os efeitos mais prováveis da erupção do Cumbre Vieja na Região Autónoma da Madeira estão associados ao transporte de cinzas vulcânicas e outros compostos químicos, designadamente CO2 e SO2”, lê-se no comunicado. “A previsão para os próximos dias aponta para vento dominante do quadrante norte, pelo que o impacto previsto para esta região não deverá corresponder a uma situação crítica”.
As autoridades espanholas recomendaram a suspensão de voos para La Palma devido à presença das cinzas vulcânicas e ao denso fumo que o vulcão está a produzir.
O IPMA garante que vai continuar a seguir a situação em estreita ligação com as organizações homólogas de Espanha, “em particular no que diz respeito a impactos nas Ilhas de Madeira e Porto Santo, incluindo o que diz respeito à meteorologia aeronáutica”.
O Cumbre Vieja de La Palma é um dos complexos vulcânicos mais activos das ilhas Canárias, sendo o responsável por duas das três últimas erupções nas ilhas, o vulcão San Juan (1949) e o Teneguía (1971). Desde o início da semana a ilha encontrava-se em alerta amarelo devido ao risco de erupção vulcânica na zona (nível 2 de 4).