Lítio: a era dos cifrões eléctricos

Há quem diga que o lítio é o novo ouro. E os últimos tempos estão a dar-lhes razão: fabricantes de automóveis, governos e UE estão a investir milhões no desenvolvimento de baterias para automóveis eléctricos. Portugal ambiciona um lugar de destaque da nova indústria. Porém, para já, só há dois portugueses na vanguarda: um a fabricar baterias e outro a negociar lítio na maior bolsa de valores de metais do mundo, em Londres. Ambos temem que o Governo não esteja a fazer o suficiente.

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Em vez de se concentrar na produção de baterias para automóveis eléctricos, sector mais em voga, a MeterBoost optou por se posicionar no segmento da montagem de baterias estacionárias Nuno Ferreira Santos

Sempre que recebia a factura de electricidade, Sérgio Rodrigues indignava-se. “Como era possível pagar tanto pela energia?”, perguntava-se. Assim que se mudou de Lisboa para Mafra, em 2015, instalou painéis fotovoltaicos na nova casa. Os custos diminuíram significativamente, mas Sérgio não conseguia retirar dos dispositivos a máxima satisfação, pois sabia que em dias de sol intenso eles produziam muito mais energia do que ele podia consumir e as baterias de lítio para armazenar a excedente eram caras. O desperdício apoquentava-o. “Comecei a interessar-me pelo tema e a estudar o mercado das baterias, verifiquei que estavam a ficar cada vez mais acessíveis”, conta este beirão de Proença-a-Nova, de 38 anos. “Concluí que para a mobilidade se tornar eléctrica como se pretende, havia uma grande lacuna de meios para armazenar toda a energia resultante das fontes renováveis.” Foi assim que decidiu avançar para a criação da MeterBoost, que se orgulha de ser a única fabricante portuguesa de baterias de lítio.

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