Prodouro propõe que troço da A24 entre Vila Real e Lamego se passe a chamar Auto-estrada do Vinho do Porto

A Associação dos Viticultores Profissionais do Douro quer criar um chamariz turístico para a região e propõe a construção de um miradouro com acesso exclusivo a utilizadores da Auto-estrada do Interior Norte.

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Autoestrada que liga Vila Real a Lamego é "porta de entrada" para a região, defende Rui Soares. Adriano Miranda

A proposta é da Prodouro, que quer que o troço da A24 entre Vila Real e Lamego se passe a chamar Autoestrada do Vinho do Porto.​ O objectivo é dar maior visibilidade à parte da Região Vinhateira do Alto Douro conhecida como Baixo-Corgo, transformando aquele troço da A24, que é concessionado pela Norscut, numa “antecâmara comum, a céu aberto” de vários pontos de interesse turístico, pode ler-se num comunicado da associação de produtores durienses.

Rui Soares, presidente da Prodouro, sublinha ao PÚBLICO a importância que as auto-estradas têm tido na captação de visitantes, sobretudo depois da inauguração do Túnel do Marão, em 2016: “A A24, no troço de Vila Real para a Régua - Lamego passou a ser a porta de entrada da região para quem vem de carro, sobretudo a partir do Porto”.

Para já, a ideia foi partilhada com o Instituto do Vinho do Porto e a Comunidade Intermunicipal do Douro no âmbito da preparação do Congresso Douro & Porto – Memória com Futuro, que terá lugar entre os dias 19 e 22 de Julho, no Porto. Rui Soares espera que a mesma faça parte da Carta para a Sustentabilidade da Região Demarcada do Douro, que será assinada durante o evento.

O projecto pretende ainda agregar um conjunto de valências, nomeadamente um miradouro que será acedido através da auto-estrada, com as respectivas instalações sanitárias e um espaço de lazer associado, que permita tirar partido das paisagens únicas da sub-região do Baixo-Corgo: “porventura nenhum outro território de vinho no mundo oferece ao visitante (e ao próprio duriense) a possibilidade de usufruir de uma viagem parecida”, sublinha o comunicado.

Em paralelo, a associação propõe que seja desenvolvido um sistema de formação das dezenas de operadores turísticos que trabalham naquele território, classificado como Património Mundial pela UNESCO desde 2001, para que estes possam “exaltar em uníssono as características da maior região de viticultura de montanha do mundo e dos factores que a diferenciam”, funcionando como autênticos “embaixadores do vinho do Douro”.

O objectivo é pôr em destaque as diversas tipologias de vinhos produzidos na primeira região demarcada do mundo – “do vinho do Porto (o vinho ex-libris e motor da região)” aos “espumantes naturais, vinhos tranquilos com a denominação de origem Douro, moscatel de Favaios, etc.” –, mas sempre com enfoque nas características próprias da sub-região do Baixo Corgo, conhecida por acolher um grande número de vinhas velhas: “Quando se desce de Vila Real para a Régua em direcção a Lamego percebe-se o que é o Douro antigo, o Douro clássico, com os vinhedos nos socalcos e os muros de xisto”, vinca Rui Soares.

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