Sem prado não há prato!
A estratégia “do Prado ao Prato” é um instrumento-chave do Pacto Ecológico que visa uma maior sustentabilidade do sistema alimentar, através da redução dos fitofármacos, da melhoria da qualidade dos solos, e da promoção da agricultura biológica.
A sustentabilidade do setor tem sido muito reivindicada num contexto em que as emissões provenientes das atividades agrícolas representam apenas 10,3% do total europeu, e apesar de que, paradoxalmente, o esforço do sequestro de carbono recair maioritariamente no trabalho do setor. É preocupante que a Comissão e a Presidência Portuguesa não o reconheçam nas negociações da reforma da PAC. Importa que o empenho político do Governo se faça sentir não apenas na conclusão da reforma, mas na manutenção do equilíbrio entre a sustentabilidade ambiental e a económica e social, para que ninguém fique mesmo para trás.
Aliás, sem enquadramento adequado, as medidas poderão conduzir a uma diminuição da produção. A alternativa serão importações produzidas sob requisitos de qualidade e de proteção ambiental menos exigentes, que resultam numa perda para todos - consumidores e agricultores.
Sem negar os benefícios de eventuais melhorias na produção convencional, defendemos que o reforço da sustentabilidade dependerá das mais-valias da inovação, e não de uma total restruturação da produção. A inovação é a chave para melhorar o desempenho ambiental da agricultura de modo responsável e sem comprometer o seu futuro.