Um ecossistema à espera de ordem para respirar
Em França, as reivindicações do sector cultural ultrapassam o campo artístico e confundem-se com lutas sociais que exigem uma reabertura das salas enquanto gesto de compromisso político para com a ideia de excepção cultural.
Macha Makeïeff, directora do Théâtre La Criée, disse-o: “Com os teatros fechados, continuaremos sem saber como será o mundo de amanhã”. Sobram a “impaciência”, a “emoção, “o desejo imenso” por um regresso à altura da “tenacidade das equipas” de teatros que, desde Março, têm sido ocupados por grupos de activistas, de profissionais, reclamando que, ao cumprimento das condições sanitárias, respondam condições de segurança para os profissionais do espectáculo. A ministra da Cultura, Roselyne Bachelot, já havia reagido a estas ocupações, que começaram no Théâtre Ódeon, em Paris, que considerou “inúteis” e “perigosas”: “As ocupações dos espaços de cultura não são a melhor forma, é inútil. Estas manobras são perigosas, já que colocam em perigo lugares patrimoniais frágeis”. “Frágil é todo o ecossistema”, responderam os activistas Roxane Isnard, Pierre Itzkovitch e Johanna Bonnet. Um ecossistema, lembra Chloé Siganos, Directora das Artes Performativas no Centre Pompidou Paris, bastante mais invisível do que supomos e que inclui uma plêiade de profissionais afectados, de assessores de imprensa a empresas de catering dedicadas a eventos culturais.
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