Há uma open call para se fazer Basqueiro sobre a sustentabilidade ambiental num museu
Duas das cinco residências artísticas do festival Basqueirart, da associação cultural Basqueiro, chegarão ao Museu de Lamas através de uma open call. O prémio é de 500 euros, havendo ainda ajudas às despesas de produção, viagem e transporte. Candidaturas abertas até 15 de Abril.
Em Santa Maria de Lamas, uma vila do concelho de Santa Maria da Feira, há quem queira fazer justiça a uma palavra “que tem vindo a ser maltratada pelos dicionários”. E é por essa razão que surgiu, no final de 2016, a associação cultural Basqueiro. Os seus membros não querem “fazer um barulho insuportável”; procuram, antes, “agitar as águas” da sua zona e “consciencializar” os habitantes da vila, explica o presidente da associação, Rui Canastro. Por isso, um ano depois, montaram um festival. O Basqueiral, onde “a música alternativa é o prato principal”.
Só que à Basqueiro não lhe chega a “descarga de energia” que se observa no festival de música por si concebido. Por isso, criou um festival dentro de um festival: o Basqueirart, que decorrerá entre 19 de Junho e 22 de Agosto. O evento multidisciplinar contará com exposições, concertos, cinema e performances. Para além disso, a organização quer apostar em residências artísticas no Museu de Lamas: das cinco previstas, duas chegarão àquele espaço através da open call que a Basqueiro está a promover. A chamada aberta é dirigida a “artistas de todas as idades e geografias”. E devem subordinar-se ao tema da sustentabilidade ambiental, o fio condutor da edição deste ano do Basqueirart.
As candidaturas estão abertas até 15 de Abril. Os vencedores receberão 500 euros, havendo ainda uma “verba de apoio à produção, viagens e transportes”, cujo valor máximo é de 750 euros. No regulamento lê-se que o valor “será entregue após a conclusão da instalação e mediante a entrega de factura ou recibo verde”. O alojamento e alimentação durante o período de residência (de 17 a 28 de Maio) também estão garantidos. No mesmo documento também estão expostas as condições às instalações artísticas, “de carácter efémero”. Estas devem “estabelecer um diálogo” entre o diversificado espólio do museu e a exposição de fotografia Living Among What’s Left Behind, do fotojornalista Mário Cruz, que será possível visitar, no mesmo espaço, ao longo de todo o festival.
O presidente da associação deixa algumas dicas: “Sejam destemidos. E sugerimos que utilizem o lixo limpo e não orgânico como matéria-prima para as vossas instalações.” Para além disso, “é mesmo um desafio”. É que o Museu de Lamas “é um caso particular na museografia portuguesa do século XX”, lê-se ainda no regulamento, onde também estão expostas as condicionantes a cada uma das instalações artísticas das residências a atribuir. As candidaturas são submetidas através de um formulário. É obrigatório apresentar o portefólio, o currículo e uma “breve descrição das duas propostas a desenvolver”. Os resultados serão comunicados entre 16 e 30 de Abril.