Quem são as mulheres que marcaram 2020, segundo a BBC
Várias mulheres vão ficar para a história por aquilo que fizeram em 2020: na luta pelos direitos sociais, pela saúde pública e pela defesa de causas como a LGBT. A BBC nomeou 100 mulheres que se destacaram em várias áreas, incluídas em quatro categorias: Conhecimento, Liderança, Criatividade e Identidade.
Mudanças em tempos de pandemia, luta pelos direitos e preocupação pelas alterações climáticas. Estes – e outros - acontecimentos influenciaram mulheres a fazer a diferença ao longo de 2020. A BBC elaborou uma lista com 100 nomes que se destacaram e, entre elas, está a escritora Wang Fang, conhecida por relatar os acontecimentos da pandemia em Wuhan, e Sanna Marin, a primeira-ministra finlandesa e a mais jovem do mundo. Há um nome que está em branco e não é engano – é uma homenagem àquelas que perderam a vida a tentar fazer a diferença. Conhecimento, Liderança, Criatividade e Identidade são as quatro categorias onde se incluem estes nomes.
A escritora chinesa Wang Fang, conhecida por Fang Fang, seleccionada para a categoria Conhecimento, contou o que se passou em Wuhan, cidade do primeiro epicentro da pandemia, durante os confinamentos. Os desafios diários e o impacto fisiológico do isolamento obrigatório foram alguns dos temas sobre os quais escreveu – começou em Janeiro de 2019, quando se esperava que o coronavírus fosse apenas um problema local. Com 65 anos, a autora viu as suas anotações serem lidas por milhões e o livro foi traduzido para outros idiomas, incluindo inglês. Na sua terra natal, muitos a rotularam de traidora, devido à forma como o mundo passou a ver a China.
Ainda nesta categoria está Sarah Gilbert, cientista do Reino Unido e responsável pelo desenvolvimento da vacina contra a covid-19 da Universidade de Oxford. A investigadora trabalha, desde 2014, para desenvolver vacinas contra doenças emergentes e chegou a liderar o primeiro teste de uma vacina contra a ébola.
Na Liderança destaque para Sanna Marin, a primeira-ministra da Finlândia e conhecida como a mais jovem de sempre neste cargo, ao ser eleita aos 34 anos. O governo de coligação que lidera foi formado com mais quatro partidos liderados por mulheres: Maria Ohisalo (Liga Verde), Li Andersson (Aliança de Esquerda), Anna-Maja Henriksson (Partido do Povo Sueco) e Annika Saarikko (Partido do Centro). O país tem sido reconhecido pela boa gestão da pandemia.
A activista pró-democracia de Hong Kong Agnes Chow, de 23 anos, já foi comparada a Mulan, uma heroína nos filmes da Disney. Destacou-se nos protestos do “movimento dos guarda-chuvas”, em 2014. A 1 de Julho de 2020 foi uma dos activistas presas na sequência das manifestações no dia em que entrou em vigor a lei de segurança imposta por Pequim, posteriormente ratificada. Houve muitos a apoiá-la nessa altura e foi libertada sob o pagamento de fiança. Em Dezembro de 2020, a activista foi condenada a dez meses de prisão.
Jane Fonda, actriz e activista norte-americana, foi escolhida para a categoria Criatividade. Aos 83 anos, e com mais de 50 anos de activismo, tem dado voz a causas como os direitos das mulheres, ambientais e sociais.
Ainda nesta categoria está Bulelwa Mkutukana, cantora e compositora da África do Sul. Zahara, como é conhecida, fala sobre a violência contra as mulheres no seu país, assumindo-se também como vítima. A sua carreira começou ao cantar nas ruas e, em 2011, o seu primeiro álbum ganhou o disco de platina duplo em menos de três semanas.
Na categoria Identidade estão nomes como Alice Wong dos EUA, activista da área de pessoas com deficiência, e Lea T, modelo transgénero do Brasil. A primeira é fundadora do Disability Visibility Project, que incentiva pessoas com deficiência a dar a conhecer as suas histórias. Já a segunda é modelo há mais de dez anos e, em 2016, foi reconhecida como a primeira transgénero a participar numa cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos. A modelo defende os transgéneros e fala sobre a discriminação contra as pessoas LGBT.
Na categoria do Conhecimento foram seleccionados 32 nomes, na Liderança 29, na Criatividade 21 e na Identidade 17. Pode consultar os restantes nomes aqui.
Mas foram mais de 100 as mulheres que marcarem o ano e até a historia: Em Novembro de 2020, Kamala Harris tornou-se a primeira mulher vice-presidente eleita dos EUA. No mesmo mês, a Nova Zelândia nomeou, pela primeira vez, uma mulher indígena como ministra dos Negócios Estrangeiros, Nanaia Mahuta. Em Outubro, o Prémio Nobel da Química distinguiu duas mulheres, Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna, pelo desenvolvimento de um método de edição do genoma.
Texto editado por Bárbara Wong