A “escada impossível” engana o cérebro com informações falsas e impede que este órgão descodifique a ilusão e volte à realidade. Esta ilusão do artista japonês Kokichi Sugihara recebeu a distinção de Melhor Ilusão de Óptica de 2020.
Segundo a CNN, Sugihara venceu com a criação em 3D da “escadaria de Schröder”, um desenho, originalmente a duas dimensões, de 1958 do cientista alemão Heinrich Schröder. O desenho original é uma escada que, se virada ao contrário, de cabeça para baixo, se percebe tratar-se da mesma escada.
Já no trabalho de Sugihara, o objecto tem paredes laterais e colunas de apoio, tudo feito em cartão. Com estas adições, é mais difícil que o cérebro faça a “mudança de Gestalt [forma]”, ou seja, é mais complicado para o cérebro compreender que a conclusão a que chegou sobre o desenho não é necessariamente verdade. Assim, este passa a fazer suposições até criar outras imagens mais próximas da realidade. “O presente objecto 3D também tem duas interpretações, em que são escadas vistas de cima e as interpretações mudam de uma para a outra quando giramos o objecto a 180 graus em torno do eixo vertical”, diz Sugihara.
Mas o que acontece neste trabalho do ilusionista japonês? Na realidade, o que se pensa serem os degraus de uma escada correspondem a uma superfície plana e os ângulos e as sombras estão lá para enganar o cérebro, que interpreta as linhas convergentes como medidas de distância e as sombras como profundidade. O cérebro relaciona a forma desenhada a um objecto familiar que, neste caso, é uma escada.
“Este objecto é um exemplo do meu material para investigar os comportamentos do cérebro, capaz de interpretar erroneamente imagens 2D como objectos 3D”, explica Sugihara, acrescentando que, em ambos os casos, há “uma nova ambiguidade”.
Caso queiras aventurar-te a fazer esta obra em casa, o artista disponibilizou no site um kit de construção com as etapas explicadas.