Nova Iorque: “Vergonha, vergonha, vergonha”, gritaram manifestantes em confronto com a polícia

Cerca de 60 pessoas foram detidas depois de uma noite de protestos com confrontos com a polícia.

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Manifestante a ser detido pela polícia em Nova Iorque Reuters/JEENAH MOON

O dia de quarta-feira foi marcado por protestos pacíficos, mas pelo início da noite a situação complicou-se, com multidões de manifestantes a dispersarem-se pela Baixa de Manhattan. Houve várias detenções (pelo menos 60, de acordo com o New York Times), confrontos com a polícia e manifestantes a incendiar caixotes do lixo.

Vários helicópteros sobrevoaram as ruas durante a noite, a monitorizar a situação.

Em vez de se concentrarem num único movimento, os vários grupos de manifestantes percorreram a zona sul de Manhattan, entrando frequentemente em conflito com a polícia.

“Quem é que vocês servem?” Quem é que protegem?”, gritava um grupo de manifestantes, enquanto dezenas de polícias em bicicletas lançavam avisos pelos megafones para os manifestantes deixarem as ruas e voltarem para o passeio.

No entanto, esse pedido apenas encontrava como resposta a repetição em uníssono: “Vergonha, vergonha, vergonha.”

Os protestos mais pacíficos, durante o dia, eram de manifestantes a exigir que se “contem todos os votos”​.

Em Nova Iorque, há frustração acumulada ao longo dos últimos meses e, mesmo nos dias anteriores às eleições, viram-se apelos nas redes sociais para protestos, independentemente de quem fosse o vencedor das eleições.

No meio da agitação da noite de quarta-feira, pouco se ouviu falar das eleições em concreto. Em vez disso, houve gritos contra o “fascismo”, insultos à NYPD (a polícia de Nova Iorque) e contra a violência policial, e mesmo algumas referências ao movimento Black Lives Matter.

Vídeo: O que está a acontecer com a contagem de votos nos EUA?

As coisas acabaram por serenar, mas pensa-se que esta quinta-feira poderá ser mais agitada. Desde o início de Junho que não se viam protestos desta dimensão. Tem havido sempre protestos ao longo destes meses, no seguimento do movimento Black Lives Matter, mas muito calmos.

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