O teletrabalho não tem de ser só em casa: a Remote Tour Portugal vai mostrá-lo
Com a pandemia de covid-19, os portugueses viram-se obrigados a trabalhar a partir de casa. Esta nova forma de estar perante o trabalho levou dois trabalhadores digitais a criar um roteiro por Portugal para promoverem o teletrabalho e o país. As inscrições estão abertas.
Promover o trabalho remoto enquanto se viaja pelo país. É este o mote da primeira edição da Remote Tour Portugal. Até 31 de Outubro, dez pessoas (oito participantes e dois membros da organização) irão percorrer Portugal para promover esta forma de trabalhar, mas também “mostrar aos novos trabalhadores remotos o melhor desta liberdade digital e como é possível aliar o trabalho a viajar e conhecer lugares”, segundo a organização.
Quem participar, para além de experimentar trabalhar em locais como o Gerês ou Sintra, poderá também fazer “workshops de partilha de conhecimento e experiência e explorar os lugares onde ficarão hospedados”. Os preços semanais vão dos 249 euros aos 499 euros; caso se opte por um pacote de duas semanas, os custos estão compreendidos entre os 399 euros e os 899 euros. Estão incluídos o alojamento, o espaço de trabalho, o transporte e certas actividades, mas não a “alimentação, actividades fora do plano, extras pessoais e deslocação para o início e final da tour”, refere a organização.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), quase um quarto dos portugueses estiveram em teletrabalho no segundo semestre deste ano. Esta foi outras das razões que levaram à criação desta iniciativa por Miguel Costa e Matilde Leitão, um casal de “trabalhadores remotos há três anos”, autores da página TravelB4Settle. “Quisemos mostrar o melhor que esta nova forma de estar nos pode dar”, acrescenta Miguel Costa. Apesar da pandemia de covid-19, “o feedback tem sido positivo": “Temos algumas pessoas inscritas e interessadas na nossa tour”, refere.
Com a duração de um mês, todas as viagens da Remote Tour Portugal serão feitas de autocarro. As normas de segurança em relação à pandemia de covid-19 estão asseguradas: “o grupo é pequeno, os alojamentos são sítios espaçosos e que permitem o distanciamento social”, garante Miguel Costa. A escolha do roteiro “foi feita sobretudo para descentralizar”. “Inicialmente, queríamos ir de Norte a Sul, mas seria muito difícil fazer isso de autocarro. Então escolhemos sítios que estão habilitados para o teletrabalho”, diz Miguel Costa, referindo como exemplo o “espaço de coworking em Esposende”, um local “muito capacitado para receber trabalhadores digitais”. E fica a garantia: “Haverá sempre respeito e um bom ambiente de trabalho”.
Na iniciativa participarão pessoas vindas de vários espectros profissionais, algo que mostra que o teletrabalho é praticamente acessível a toda a gente, na opinião do responsável. “Temos o caso de uma médica que, curiosamente, se inscreveu na nossa tour. Ou seja, uma profissão que à partida não associaríamos ao teletrabalho. Só mostra que é possível haver a presença de pessoas de vários campos.”
Texto editado por Amanda Ribeiro