Basil da Cunha filmou uma carta de amor à Reboleira
Enquanto as máquinas não avançam para as temidas demolições, O Fim do Mundo dá conta das angustiantes crises de uma geração que não sabe o que vai ser do berço onde cresceu e que cedo aprendeu a defender. Um frágil, amado berço, onde “há dificuldades, mas não miséria”.
O desabafo surge com sensivelmente 48 minutos de filme. Giovani, Xandy e Spira, trio de adolescentes que daqui a nada são adultos, trocam dois dedos de conversa enquanto contemplam a Lua que ilumina a noite no bairro da Reboleira. Giovani está farto de não ter dinheiro para nada. Agora, nem um par de trocos encontra no bolso para abastecer a mota com que chegou com Spira ao local de convívio do grupo de amigos. “Vamos assaltar os cabecilhas da zona”, atira, com cara de quem já desenhou um plano na cabeça. Xandy não demora a dizer que não se mete nisso. “Então joga no Euromilhões, porque assim não vais longe”, devolve Giovani, sem pensar duas vezes.
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