Há mentira na Costa: o famoso caso lares vs. covid-19
Este Estado tem uma política de desinteresse, agravada pelas estratégias de manipulação. Enganem os portugueses uma vez. Mas não pensem que os enganam sempre.
Em Portugal existem 2500 lares sob gestão controlada pela Segurança Social (instituições particulares de solidariedade social — IPSS), em que se incluem as Misericórdias. Setecentos e cinquenta lares privados. Três mil lares ou residências clandestinas. Ou seja: falamos de 35 mil vidas, seres humanos, velhos com quem o Estado, na sua estrutura, pouco ou nada se preocupou. Agora são as brigadas de emergência. Poderiam até ser brigadas do reumático, de tão enferrujado que se encontra este Governo, refém da sua ganância em manter-se no poder a tão elevado custo. Entramos aqui, nas teorias da manipulação de um Governo, muito preocupado com o social, mas diria mais comunista. Já que vem aí a segunda onda, parafraseando o infeciologista Francisco Antunes, e não se avizinham as estratégias adequadas.
Qual a alternativa? Um bode expiatório. Quem haveria de ser? O líder da Ordem dos Médicos, já que foi solicitada uma inspeção às condições de um lar no Alentejo, terra de grandes tradições de esquerda. Onde os valores da vida quase se igualam aos da Rússia, diria, quase nada.
Então, esses grandes malandros, que são os médicos portugueses, que ganham massa que se fartam e são tratados a primor por uma ministra de esquerda radical, passaram de bestiais a bestas. Dedicaram-se de corpo e alma, sacrificando a sua vida, as suas famílias e filhos durante o pico da primeira onda pandémica. A segunda vai chegar em breve, já começou e vai agudizar-se com a imprevisibilidade de qualquer crise, que se associa à gripe sazonal. Arrolada para agradar aos gregos, já que os troianos não descem ao nível baixo desta política de algibeira, a ministra da Saúde abafa a Direção-Geral da Saúde para agradar aos comunistas, já que a Igreja e a bola batem bola baixa e vivemos a era — novamente — do socialismo kolkoziano.
Vale a pena refletir: será que este primeiro-ministro pensa que vai continuar a enganar tudo e todos? Será que o senhor António Costa considera que os portugueses são todos burros? Iletrados? Será que não lhe corre uma ténue imagem de que poderia ser com a sua própria mãe?
Referiu Vasco Rato, numa entrevista, que Rui Rio, líder do principal partido da oposição, é tudo menos oposição. O politólogo Costa Pinto — e bem — menciona que um destes dias aparece uma imagem de propaganda política do Chega com o Presidente da República ao lado do superbanqueiro Salgado. E diz ele: “Aguente-se.”
É por essas e por outras que em breve veremos o Costa a negociar com o Chega, e vai ser lindo, e, pelo contentamento de descontentamento, verei o abafar de uma esquerda bafienta e enferrujada.
E nem Catarina Martins, com os seus números de teatro político, mobilizará as hostes. Tal como houve num passado recente — é preciso memória — jovens de CDS a votar no Bloco, estes mesmos bloquistas e comunistas perderão para os “cheguistas”.
E tudo isto se passará numa bela tarde de verão, em que, parafraseando O’Neill no seu poema pouco original do medo, “... chegarão todos... ratos!”, digo, ao Rato.
Avizinha-se para Outubro uma nova remodelação governamental na Segurança Social e na Saúde. A ministra da Saúde pode pensar que está em alta, mas não está. O ministério e a Saúde em Portugal sofrem há anos de um défice crónico e de um endividamento galopante — o que faz falta é agradar a malta, o que faz falta... E não é com uma gestora hospitalar que esta credibilidade vai ser melhorada, com os números a baixar e os casos a sobreviver.
O que esperamos, elementar, meus caros António e Marta, é que a crista baixe e agradeçam a quem trata dos doentes. E poupem as vidas de humildes portugueses que a perdem porque não há testagem senão a sintomáticos, não existe resposta articulada entre (in)segurança social e doença, digo saúde, e, no meio disto tudo, os estúpidos são os médicos.
É que este Estado tem uma política de desinteresse, agravada pelas estratégias de manipulação. Enganem os portugueses uma vez. Mas não pensem que os enganam sempre.
Chega de contemplação e de vaidade, de politiquice bacoca e bafienta, carregada de inverdades quando a verdade até dói. É que os velhos, para este Governo, não servem para nada. E são esses mesmos velhos, ainda perdidos no sequeiro do Alentejo, que acreditam num vazio aliado comunista kolkoziano associado a este Governo.
Tem sido esta a luta de alguns líderes dos médicos, o caso do Roque da Cunha, um lutador, ou Miguel Guimarães. Mas são umas bestas aos olhos do primeiro-ministro. Azar dos Távoras, Salgados em Belém, jornalistas divulgam off que afinal eram on, mas afinal ditos por outros e que ele cita. ‘Tá certo camarada, ‘tá certo.
A saúde primeiro. E as pessoas à frente. Nunca os vossos votos. Nunca!
Comunicar em situação de emergência de saúde pública tem uma regra inviolável: informação científica para ganhos em saúde — poupar vidas.
Não são os políticos que comunicam ciência e risco em Portugal. E não atinjo: segredo estatístico? Talvez do tipo em que deve haver conflito em publicações.
Aumentam anticorpos contra as medidas e políticas de saúde numa situação de emergência. Os diferentes lugares de Portugal arrastam sem perdão o nome da ministra da Saúde para a incapacidade de abrir o leque à evidência. O próprio diretor da Faculdade de Medicina de Lisboa, no papel de presidente das escolas médicas de Portugal, acusa: divulguem e permitam o acesso à evidência que apresentam.
Afinal, são os investigadores que se dedicam as estas informações ao longo do ano, antes de chegar a crise. Não se compreende a altivez da ministra quando afirma que “não há proibição de partilha de dados de informação. Há sim um apelo (...) [para] que as autoridades se concentrem num envio de informação (...) de fontes oficiais, [que] seja reportado ao mesmo tempo horário... senão temos divergência de dados que geram perturbação”. “E que possam pôr em causa o segredo estatístico”?
Vamos falar de segredos do SNS: contactei com um caso infetado. O SNS recusou na Linha e no Hospital de Abrantes (onde estava na altura) que eu fizesse o teste. Apesar de grupo de risco. Tive de recorrer a outras vias ou poria em risco a vida dos meus filhos. O SNS não telefona e não me monitoriza. É a porta dos fundos que me ajuda. Mas como eu haverá milhares de portugueses silenciados, com este vírus que não tem paciência para as medidas da ministra. E, assim, é importante mencionar: vamos deixar morrer mais quantos até que se iniciem as estratégias de comunicação e de redução do risco de covid-19?