Gerês, o toque de Midas
Quando se percorre uma serra virgem ao nosso olhar, dançamos com um mapa em branco, desconhecido. Tudo é mais intenso, cada milímetro insinua-se misterioso. Tão misterioso que o topo do Gerês, o Pico da Nevosa, vestiu-se de nevoeiro para nem sequer se deixar tocar. Crónica de uma primeira vez, quando já é urgente o regresso.
“Bom dia Rui! Então, vais à tua terra natal?”, ouço ao longe um madrugador como nós, ao volante da sua pickup, no parque de estacionamento da fronteira – ou não fronteira – entre o Xurés e o Gerês, na Portela do Homem. “O outro é você”, diz um graffiti tatuado numa das paredes arruinadas da antiga Guarda Fiscal, no lado virado a sul; na sinalética da metade norte, a tinta azul-rio, “Galiza” surge inscrita numa seta, justapondo-se à palavra “España”.
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