“Deus queira que daqui a um mês ou dois já não precise desta ajuda. Isto não é vida”

Foram surpreendidos pela pandemia a ganhar a sobrevivência na economia informal. São dois novos beneficiários de Rendimento Social de Inserção, mas anseiam por deixar de o ser. Dão a voz, não a cara. Para que o estigma não se lhes cole.

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Temeram que a resposta tardasse. Vivem no Porto, distrito com mais processos de Rendimento Social de Inserção (RSI). Para solicitar esta prestação social é preciso estar inscrito no Centro de Emprego. Quer o Instituto de Emprego, quer os Serviços de Atendimento da Segurança Social, onde há que entregar o requerimento, atendem por marcação. No confinamento, para evitar prolongar a aflição de quem precisa de socorro, abriram-se circuitos internos. António Azevedo e Carla Cruz passaram por um deles. Foram bater à porta da Junta de Freguesia de Campanhã, que ajudava a preencher e dava a assinar os documentos, digitalizava-os e encaminhava-os por email para o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social de Bonfim e Campanhã, que as faziam chegar às entidades competentes. Tornaram-se beneficiários de RSI.

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