Inês está a retratar vidas deixadas em suspenso pela covid-19

A premissa do projecto Suspenso de Inês Ventura é simples: acompanhar e fotografar o quotidiano de quem tem sofrido com a pandemia, especialmente a nível profissional.

"A Carolina vem da área de Comunicação Social, mas toda a sua experiência profissional tem sido na área de producão, seja em publicidade ou em eventos. É uma mulher proactiva, das que arregaça as mangas e encara o trabalho de frente. Só que em Janeiro deste ano, quando não se previa o impacto que toda esta situação iria ter, a empresa onde trabalhava accionou um despedimento colectivo e ela ficou sem emprego. 'No outro dia estava a falar com uma amiga e o que mais me chateia – porque houve aí uma semana que me fui abaixo – é esta inércia forçada. Tu quereres e precisares de trabalhar, mas não há nada de proactivo que tu possas fazer para que isso aconteça. Não poderes ir atrás.'” ©Inês Ventura
Fotogaleria
"A Carolina vem da área de Comunicação Social, mas toda a sua experiência profissional tem sido na área de producão, seja em publicidade ou em eventos. É uma mulher proactiva, das que arregaça as mangas e encara o trabalho de frente. Só que em Janeiro deste ano, quando não se previa o impacto que toda esta situação iria ter, a empresa onde trabalhava accionou um despedimento colectivo e ela ficou sem emprego. 'No outro dia estava a falar com uma amiga e o que mais me chateia – porque houve aí uma semana que me fui abaixo – é esta inércia forçada. Tu quereres e precisares de trabalhar, mas não há nada de proactivo que tu possas fazer para que isso aconteça. Não poderes ir atrás.'” ©Inês Ventura

Uma cabeleireira, um arquitecto ou uma médica são apenas algumas das muitas profissões que a covid-19 veio pôr à prova e que foram capturadas pela lente de Inês Ventura. O projecto chama-se Suspenso e cada história tem sido apresentada no Instagram com três fotos, acompanhadas por legendas com os relatos na primeira pessoa.

“A ideia surgiu quando estávamos em confinamento e pensei que gostaria de fazer alguma coisa para retratar esta época. Comecei a olhar à volta e vi que havia uma data de histórias para serem contadas, achei que seriam interessantes para partilhar com os outros", explica Inês Ventura ao P3. Inspirando-se no projecto Humans of New York, decidiu contar as histórias das pessoas em discurso directo, partilhando-as no Instagram. 

As pessoas retratadas são sobretudo conhecidos ou conhecidos de conhecidos. “Na altura, como estávamos em estado de emergência, não podia sair à rua para fazer este trabalho, mas comecei a fazer alguns contactos. A partir do momento em que comecei a falar com as pessoas, comecei a receber mais sugestões e acho que só uma pessoa das que contactei é que não quis aparecer”, acrescenta a fotógrafa.

O foco principal do projecto é o lado laboral, mostrar como a pandemia tem afectado o trabalho. "A ideia que eu tinha era que as fotografias estivessem enquadradas na profissão da pessoa, apesar de ter retratado desempregados e uma maquilhadora em casa, por exemplo”, revela. A recolha das fotos foi feita "de acordo com a disponibilidade que as pessoas tinham” e os contactos já previamente feitos facilitaram a organização. “O projecto ainda está a decorrer e enquanto encontrar histórias que façam sentido, vou continuar”, conclui Inês Ventura. "A minha ideia inicial seria fazer disto um livro, mas ainda não sei.”

Texto editado por Amanda Ribeiro

"A Susanne é da Suíça, filha de mãe portuguesa, e veio para Portugal há dez anos. Dez anos depois encontra-se à frente de um espaço no Lx Factory, em conjunto com a sua sócia. Um espaço alternativo, encaixando-se no espírito do colectivo de Alcântara. E, acima de tudo, encaixando-se no espírito da Susanne. A Madame Dussu reabriu assim que o Estado permitiu, tendo sofrido as devidas alterações e adaptações para que pudesse receber os seus clientes com toda a segurança. 'Acaba por ser mais difícil agora porque há mais contas para pagar. Não posso atender muitos clientes por dia, faço cerca de quatro clientes por dia porque implica limpar tudo [entre clientes] e só atendemos com marcação, um de cada vez e torna-se um bocadinho mais complicado.'"
"A Susanne é da Suíça, filha de mãe portuguesa, e veio para Portugal há dez anos. Dez anos depois encontra-se à frente de um espaço no Lx Factory, em conjunto com a sua sócia. Um espaço alternativo, encaixando-se no espírito do colectivo de Alcântara. E, acima de tudo, encaixando-se no espírito da Susanne. A Madame Dussu reabriu assim que o Estado permitiu, tendo sofrido as devidas alterações e adaptações para que pudesse receber os seus clientes com toda a segurança. 'Acaba por ser mais difícil agora porque há mais contas para pagar. Não posso atender muitos clientes por dia, faço cerca de quatro clientes por dia porque implica limpar tudo [entre clientes] e só atendemos com marcação, um de cada vez e torna-se um bocadinho mais complicado.'" ©Inês Ventura
"A Maria é ucraniana e está em Portugal há 18 anos, sendo que explora o restaurante Mariema há 12 com a sua sócia, Luba. A Maria veio para Portugal em busca de uma vida melhor e encontrou-a em Aveiras de Cima. Apesar de conseguir ir de dois em dois anos à sua terra, ela própria diz que já não pretende voltar, que a sua casa é Portugal. A culpa é das pessoas, diz ela. Mas com a pandemia teve de fechar o seu café, tendo reaberto assim que pode para começar a fazer take-away. Ainda assim, avista tempos difíceis, pois ainda vai demorar algum tempo para conseguir repor aquilo que se perdeu nestes meses. Agora, diz ela, 'é fazer mais com menos'."
"A Maria é ucraniana e está em Portugal há 18 anos, sendo que explora o restaurante Mariema há 12 com a sua sócia, Luba. A Maria veio para Portugal em busca de uma vida melhor e encontrou-a em Aveiras de Cima. Apesar de conseguir ir de dois em dois anos à sua terra, ela própria diz que já não pretende voltar, que a sua casa é Portugal. A culpa é das pessoas, diz ela. Mas com a pandemia teve de fechar o seu café, tendo reaberto assim que pode para começar a fazer take-away. Ainda assim, avista tempos difíceis, pois ainda vai demorar algum tempo para conseguir repor aquilo que se perdeu nestes meses. Agora, diz ela, 'é fazer mais com menos'." ©Inês Ventura
"A história da Catarina é a primeira da série que não está relacionada com o mundo laboral. A Catarina foi diagnosticada com um linfoma de Hodgkin em 2016. Desde então, já passou por duas recidivas, sendo que a última foi detectada um pouco antes do início desta pandemia.  'O impacto que a covid teve em mim foi… [suspiros] O impacto foi apenas e somente em termos de saúde porque em termos profissionais, como estava de baixa, não mudou muito. Em termos de saúde, estou a fazer tratamentos oncológicos e foi uma grande incerteza se faria os tratamentos, se o hospital continuaria a funcionar da mesma maneira, se as prioridades médicas iriam mudar ou não e como é que a vida se iria desenrolar para um doente oncológico.'”
"A história da Catarina é a primeira da série que não está relacionada com o mundo laboral. A Catarina foi diagnosticada com um linfoma de Hodgkin em 2016. Desde então, já passou por duas recidivas, sendo que a última foi detectada um pouco antes do início desta pandemia. 'O impacto que a covid teve em mim foi… [suspiros] O impacto foi apenas e somente em termos de saúde porque em termos profissionais, como estava de baixa, não mudou muito. Em termos de saúde, estou a fazer tratamentos oncológicos e foi uma grande incerteza se faria os tratamentos, se o hospital continuaria a funcionar da mesma maneira, se as prioridades médicas iriam mudar ou não e como é que a vida se iria desenrolar para um doente oncológico.'” ©Inês Ventura
"A Sofia vem da área de Marketing e Publicidade, mas fez do mundo da maquilhagem a sua profissão. A Sofia é camaleónica e não precisa de truques de maquilhagem para isso. Facilmente se encontra a fazer trabalhos na televisão, como de seguida está numa produção de cinema ou de publicidade, a maquilhar uma noiva ou em eventos. Independentemente da zona geográfica, seja de norte a sul do país ou nas ilhas, a Sofia está lá. 'Toda esta situação foi um choque muito grande porque eu passava a vida na rua. Eu tinha dois e três trabalhos por dia e de um momento para o outro vejo-me sem absolutamente nada. Foi um choque não só a nível monetário como também psicológico porque não era a minha rotina, se não trabalhar não ganho porque sou freelancer.'"
"A Sofia vem da área de Marketing e Publicidade, mas fez do mundo da maquilhagem a sua profissão. A Sofia é camaleónica e não precisa de truques de maquilhagem para isso. Facilmente se encontra a fazer trabalhos na televisão, como de seguida está numa produção de cinema ou de publicidade, a maquilhar uma noiva ou em eventos. Independentemente da zona geográfica, seja de norte a sul do país ou nas ilhas, a Sofia está lá. 'Toda esta situação foi um choque muito grande porque eu passava a vida na rua. Eu tinha dois e três trabalhos por dia e de um momento para o outro vejo-me sem absolutamente nada. Foi um choque não só a nível monetário como também psicológico porque não era a minha rotina, se não trabalhar não ganho porque sou freelancer.'" ©Inês Ventura
"A Sara e o Eduardo foram pais na altura em que toda a situação da pandemia estava a começar, em que se tentava perceber como é que toda esta situação nos iria afectar, em que os serviços fecharam e as burocracias complicaram para que um simples registo de uma criança pudesse ser feito. Com mais dois filhos, de 3 e 6 anos, são também o testemunho da telescola e do impacto que esta teve na dinâmica do seu seio familiar -uma filha recém-nascida e um dos pais em teletrabalho.'Sara: Há que relativizar, há dias em que conseguimos relativizar e pensar que, pelo menos, estamos todos saudáveis… Eduardo: Eu acho que nunca perdemos isso de vista, acho que a nossa ansiedade veio de tentar manter uma normalidade quando ela não existe.'"
"A Sara e o Eduardo foram pais na altura em que toda a situação da pandemia estava a começar, em que se tentava perceber como é que toda esta situação nos iria afectar, em que os serviços fecharam e as burocracias complicaram para que um simples registo de uma criança pudesse ser feito. Com mais dois filhos, de 3 e 6 anos, são também o testemunho da telescola e do impacto que esta teve na dinâmica do seu seio familiar -uma filha recém-nascida e um dos pais em teletrabalho.'Sara: Há que relativizar, há dias em que conseguimos relativizar e pensar que, pelo menos, estamos todos saudáveis… Eduardo: Eu acho que nunca perdemos isso de vista, acho que a nossa ansiedade veio de tentar manter uma normalidade quando ela não existe.'" ©Inês Ventura
"O Ivo vive em Londres há já uns largos anos. Todas as suas formas de rendimento, como a de muitos de nós, sofreram um grande impacto com o confinamento. Os concertos pararam, deixou de haver turismo e vive em Inglaterra, um país cujo comportamento face à pandemia foi bastante diferente do nosso. 'O período mais stressante foi mesmo aquele antes de fazerem o lockdown cá em Londres, naquele período em que não sabes quem é que está ou não infectado, em que olhas desconfiado para toda a gente, a tentar perceber o que se passa, a tentar lidar com esta nova situação. O que veio do Governo na altura foi muito confuso, por isso ninguém sabia muito bem o que devia fazer.'"
"O Ivo vive em Londres há já uns largos anos. Todas as suas formas de rendimento, como a de muitos de nós, sofreram um grande impacto com o confinamento. Os concertos pararam, deixou de haver turismo e vive em Inglaterra, um país cujo comportamento face à pandemia foi bastante diferente do nosso. 'O período mais stressante foi mesmo aquele antes de fazerem o lockdown cá em Londres, naquele período em que não sabes quem é que está ou não infectado, em que olhas desconfiado para toda a gente, a tentar perceber o que se passa, a tentar lidar com esta nova situação. O que veio do Governo na altura foi muito confuso, por isso ninguém sabia muito bem o que devia fazer.'" ©Inês Ventura
"O Marcos é chefe de bar no Restaurante Infame. Foi o vencedor deste ano da competição Bacardí Legacy com o seu cocktail Perception e iria à grande final mundial em Miami. Só que este ano tudo o que foram grandes eventos de bar foram cancelados ou adiados. No entanto, o Marcos acredita que quando voltarem, voltarão em grande. 'Este ano começámos com o melhor Janeiro e Fevereiro de sempre para todo o sector hoteleiro, é praticamente unânime. Tínhamos em perspectiva um ano muito bom, com muitos projectos já próximos de concluir e ficou tudo pendurado. Eu gosto de ser optimista, mas ao mesmo tempo temos de olhar para as coisas com algum realismo e percebermos que o turismo, no fundo, é um luxo para muita gente. E acho que isto ainda vai durar mais algum tempo. Muitas pessoas perderam os seus empregos, quem não perdeu está com medo de perder, o que é natural, e prevejo ainda mais alguns meses difíceis, mas acho que vamos conseguir recuperar com um sorriso no rosto.'”
"O Marcos é chefe de bar no Restaurante Infame. Foi o vencedor deste ano da competição Bacardí Legacy com o seu cocktail Perception e iria à grande final mundial em Miami. Só que este ano tudo o que foram grandes eventos de bar foram cancelados ou adiados. No entanto, o Marcos acredita que quando voltarem, voltarão em grande. 'Este ano começámos com o melhor Janeiro e Fevereiro de sempre para todo o sector hoteleiro, é praticamente unânime. Tínhamos em perspectiva um ano muito bom, com muitos projectos já próximos de concluir e ficou tudo pendurado. Eu gosto de ser optimista, mas ao mesmo tempo temos de olhar para as coisas com algum realismo e percebermos que o turismo, no fundo, é um luxo para muita gente. E acho que isto ainda vai durar mais algum tempo. Muitas pessoas perderam os seus empregos, quem não perdeu está com medo de perder, o que é natural, e prevejo ainda mais alguns meses difíceis, mas acho que vamos conseguir recuperar com um sorriso no rosto.'” ©Inês Ventura
"O Tó dispensa qualquer tipo de apresentação. Músico conhecido do público português de projectos musicais como os Lulu Blind, Ladrões do Tempo, Club Makumba e, claro, Dead Combo. Tó lançou um manifesto em género de desabafo no seu Facebook que acabou por ressoar pela internet fora. 'Porque o concerto não é só o concerto, o concerto são as pessoas, as conversas, beber um copo com a malta amiga que está lá, o pessoal que tu encontras, o pessoal que já não vês há não sei quanto tempo, pessoas que vês sempre que vais, sei lá… isso é que são celebrações. Seja um concerto, seja um espectáculo, seja sair com os amigos, sejam jantares, é essa partilha, não é? Que eu acho que um gajo até pode viver num palácio mas um gajo sem os outros não é nada, já o Joe Strummer dos Clash dizia isso e é verdade. Um gajo pode fazer aqui músicas, pode fazer discos a solo… mas a música tem esse lado de união das pessoas, de juntar pessoas, sabermos que não estamos sozinhos no mundo.'”
"O Tó dispensa qualquer tipo de apresentação. Músico conhecido do público português de projectos musicais como os Lulu Blind, Ladrões do Tempo, Club Makumba e, claro, Dead Combo. Tó lançou um manifesto em género de desabafo no seu Facebook que acabou por ressoar pela internet fora. 'Porque o concerto não é só o concerto, o concerto são as pessoas, as conversas, beber um copo com a malta amiga que está lá, o pessoal que tu encontras, o pessoal que já não vês há não sei quanto tempo, pessoas que vês sempre que vais, sei lá… isso é que são celebrações. Seja um concerto, seja um espectáculo, seja sair com os amigos, sejam jantares, é essa partilha, não é? Que eu acho que um gajo até pode viver num palácio mas um gajo sem os outros não é nada, já o Joe Strummer dos Clash dizia isso e é verdade. Um gajo pode fazer aqui músicas, pode fazer discos a solo… mas a música tem esse lado de união das pessoas, de juntar pessoas, sabermos que não estamos sozinhos no mundo.'” ©Inês Ventura
"Makarov é reconhecido como ilustrador e tatuador. Na verdade, Makarov é um artista que por acaso também ilustra e tatua e faz outras tantas coisas mais, mas é no sector das tatuagens que se bateu em termos de equidade e de justiça para que os estúdios de tatuagem pudessem reabrir, numa altura em que centros de estética, cabeleireiros, barbeiros já estavam também eles a reabrir. 'Nós já somos muito cuidadosos há anos, por isso é apenas uma questão de lógica e de justiça.'"
"Makarov é reconhecido como ilustrador e tatuador. Na verdade, Makarov é um artista que por acaso também ilustra e tatua e faz outras tantas coisas mais, mas é no sector das tatuagens que se bateu em termos de equidade e de justiça para que os estúdios de tatuagem pudessem reabrir, numa altura em que centros de estética, cabeleireiros, barbeiros já estavam também eles a reabrir. 'Nós já somos muito cuidadosos há anos, por isso é apenas uma questão de lógica e de justiça.'" ©Inês Ventura
"O Tiago é uma autêntica busy bee. 'Nos primeiros dois meses do confinamento quase que parou tudo, então na osteopatia estive dois meses mesmo sem ter nada. Optei por parar por segurança porque é uma actividade que requer contacto físico e nesta fase era completamente impossível, por mim e pelos meus pacientes. Relativamente ao treino personalizado, que era aquela vertente que eu sabia que tinha algum potencial para conseguir desenvolver nesta fase, comecei a trabalhar por forma a manter o contacto com os meus clientes e acompanhá-los, numa primeira fase sem saber se haveria adesão ou não. O que depois percebi, do feedback que fui tendo, é que as pessoas tinham necessidade e interesse em manter os treinos no formato online que é um formato que neste momento é o mais óbvio.'”
"O Tiago é uma autêntica busy bee. 'Nos primeiros dois meses do confinamento quase que parou tudo, então na osteopatia estive dois meses mesmo sem ter nada. Optei por parar por segurança porque é uma actividade que requer contacto físico e nesta fase era completamente impossível, por mim e pelos meus pacientes. Relativamente ao treino personalizado, que era aquela vertente que eu sabia que tinha algum potencial para conseguir desenvolver nesta fase, comecei a trabalhar por forma a manter o contacto com os meus clientes e acompanhá-los, numa primeira fase sem saber se haveria adesão ou não. O que depois percebi, do feedback que fui tendo, é que as pessoas tinham necessidade e interesse em manter os treinos no formato online que é um formato que neste momento é o mais óbvio.'” ©Inês Ventura
"O André é PT, ainda que a sua base seja na área do Turismo. Trabalha a maior parte do seu tempo numa grande cadeia de ginásios e é aquilo a que se chama um early bird. Mas pratica luta greco-romana através do núcleo de luta da AEFMH, ou praticava antes de p núcleo fechar com o aparecimento da pandemia. 'Nos primeiros dias foi perceber o que é que se estava a passar e que soluções é que iríamos ter, depois é que começámos a introduzir os treinos online. Algumas pessoas aderiram e foi a partir daí que começámos a ter alguma actividade. Houve alguns clientes que, sim, quiseram prosseguir com esse tipo de treinos, houve outros que quiseram uma coisa mais autónoma, então eu acabava por lhes dar um plano de treino, eles faziam-no e eu ia acompanhando a evolução. Ou seja, uns faziam sessão de PT mesmo através de videochamada e os clientes que tinham mais autonomia acabavam por fazer o plano de treino sozinhos. E ainda houve outros que procuraram outras fontes para treinar, como o Youtube.'"
"O André é PT, ainda que a sua base seja na área do Turismo. Trabalha a maior parte do seu tempo numa grande cadeia de ginásios e é aquilo a que se chama um early bird. Mas pratica luta greco-romana através do núcleo de luta da AEFMH, ou praticava antes de p núcleo fechar com o aparecimento da pandemia. 'Nos primeiros dias foi perceber o que é que se estava a passar e que soluções é que iríamos ter, depois é que começámos a introduzir os treinos online. Algumas pessoas aderiram e foi a partir daí que começámos a ter alguma actividade. Houve alguns clientes que, sim, quiseram prosseguir com esse tipo de treinos, houve outros que quiseram uma coisa mais autónoma, então eu acabava por lhes dar um plano de treino, eles faziam-no e eu ia acompanhando a evolução. Ou seja, uns faziam sessão de PT mesmo através de videochamada e os clientes que tinham mais autonomia acabavam por fazer o plano de treino sozinhos. E ainda houve outros que procuraram outras fontes para treinar, como o Youtube.'" ©Inês Ventura
"A Sílvia faz parte de um dos sectores que mais sofreu durante esta época: o dos audiovisuais. Mulher num mundo ainda maioritariamente masculino, sempre batalhou pelo seu lugar ao sol no mundo da iluminação (no pun intended) e, conhecendo a Sílvia, não seria de admirar que, nesta época, estivesse envolvida em movimentos de solidariedade como a União Audiovisual. 'Quando nos unimos com foco na entreajuda, no respeitarmos o próximo, no olharmos para o próximo e vermos as necessidades dele, não nos ignorarmos uns aos outros. Quando vivemos plenamente neste espírito de sociedade, de comunidade, as coisas têm tendência a correr muito melhor porque não deixamos ninguém desamparado, não deixamos ninguém para trás e acho que é algo que não sentia tanto como estou a sentir agora. E espero que se mantenha e que cresça e que as pessoas percebam que tendo este tipo de sociedade de entreajuda, venha um vírus, venha outra crise económica, teremos uma resistência maior e ninguém ficará desamparado, ninguém ficará para trás.'”
"A Sílvia faz parte de um dos sectores que mais sofreu durante esta época: o dos audiovisuais. Mulher num mundo ainda maioritariamente masculino, sempre batalhou pelo seu lugar ao sol no mundo da iluminação (no pun intended) e, conhecendo a Sílvia, não seria de admirar que, nesta época, estivesse envolvida em movimentos de solidariedade como a União Audiovisual. 'Quando nos unimos com foco na entreajuda, no respeitarmos o próximo, no olharmos para o próximo e vermos as necessidades dele, não nos ignorarmos uns aos outros. Quando vivemos plenamente neste espírito de sociedade, de comunidade, as coisas têm tendência a correr muito melhor porque não deixamos ninguém desamparado, não deixamos ninguém para trás e acho que é algo que não sentia tanto como estou a sentir agora. E espero que se mantenha e que cresça e que as pessoas percebam que tendo este tipo de sociedade de entreajuda, venha um vírus, venha outra crise económica, teremos uma resistência maior e ninguém ficará desamparado, ninguém ficará para trás.'” ©Inês Ventura
"A Rita é instrutora de yoga em diversos espaços, tendo inclusivamente o seu próprio estúdio (@amritaestudio). Antes da pandemia, o ritmo do dia-a-dia da Rita era demasiado elevado, andando sempre a correr entre os diferentes espaços onde dava aulas. Com a pandemia e com o fecho dos ginásios, a Rita viu-se forçada a abrandar, e ainda bem, de acordo com as suas palavras. Virou-se para o formato online, conseguindo assim gerir melhor o seu tempo, tendo inclusivamente um aumento de alunos no seu estúdio agora virtual."
"A Rita é instrutora de yoga em diversos espaços, tendo inclusivamente o seu próprio estúdio (@amritaestudio). Antes da pandemia, o ritmo do dia-a-dia da Rita era demasiado elevado, andando sempre a correr entre os diferentes espaços onde dava aulas. Com a pandemia e com o fecho dos ginásios, a Rita viu-se forçada a abrandar, e ainda bem, de acordo com as suas palavras. Virou-se para o formato online, conseguindo assim gerir melhor o seu tempo, tendo inclusivamente um aumento de alunos no seu estúdio agora virtual." ©Inês Ventura
"Não é fácil resumir o Tiago, ou Rizumik de seu nome artístico, num parágrafo pois ele é camaleónico. A sua vida profissional tem-no levado para muitos sítios, sendo que Nova Iorque foi uma das suas bases durante algum tempo, fazendo parte de diversos projectos musicais, artísticos e de ensino. Num ano em que tinha – anormalmente – tudo planeado até Dezembro, a pandemia veio alterar um pouco (ou muito) dos seus planos. 'Profissionalmente, foi começar a ver as coisas que tinha planeadas e definidas a serem canceladas ou adiadas indeterminadamente e começar a questionar o que irá acontecer à minha área profissional. Porque ela depende sobretudo da reunião de pessoas, sobretudo nos workshops onde andamos todos a cantar uns com os outros e onde existe um contacto físico muito próximo. Portanto, o meu trabalho tal como era deixou de existir.'"
"Não é fácil resumir o Tiago, ou Rizumik de seu nome artístico, num parágrafo pois ele é camaleónico. A sua vida profissional tem-no levado para muitos sítios, sendo que Nova Iorque foi uma das suas bases durante algum tempo, fazendo parte de diversos projectos musicais, artísticos e de ensino. Num ano em que tinha – anormalmente – tudo planeado até Dezembro, a pandemia veio alterar um pouco (ou muito) dos seus planos. 'Profissionalmente, foi começar a ver as coisas que tinha planeadas e definidas a serem canceladas ou adiadas indeterminadamente e começar a questionar o que irá acontecer à minha área profissional. Porque ela depende sobretudo da reunião de pessoas, sobretudo nos workshops onde andamos todos a cantar uns com os outros e onde existe um contacto físico muito próximo. Portanto, o meu trabalho tal como era deixou de existir.'" ©Inês Ventura
"O restaurante Oh! Vargas é uma instituição em Santarém. É uma referência há já três gerações, sendo o Manel o actual dono do restaurante. Mas como todos os negócios no âmbito da restauração, Oh! Vargas também teve de fechar aquando da declaração do estado de emergência. 'Desde que voltámos a trabalhar, e como temos aqui um espaço privilegiado que é muito bom, não temos tido a casa lotada, mas temos tido muitos clientes, a resposta tem sido óptima. Dá para pagar os fornecedores que estavam para trás, dá para pagar os ordenados, dá para pagar tudo e pensar em investir ainda este ano da forma que eu queria investir. Por isso, neste momento estou muito feliz, as coisas estão a correr mesmo muito bem.'"
"O restaurante Oh! Vargas é uma instituição em Santarém. É uma referência há já três gerações, sendo o Manel o actual dono do restaurante. Mas como todos os negócios no âmbito da restauração, Oh! Vargas também teve de fechar aquando da declaração do estado de emergência. 'Desde que voltámos a trabalhar, e como temos aqui um espaço privilegiado que é muito bom, não temos tido a casa lotada, mas temos tido muitos clientes, a resposta tem sido óptima. Dá para pagar os fornecedores que estavam para trás, dá para pagar os ordenados, dá para pagar tudo e pensar em investir ainda este ano da forma que eu queria investir. Por isso, neste momento estou muito feliz, as coisas estão a correr mesmo muito bem.'" ©Inês Ventura
"O Nirvana Studios é um espaço cultural alternativo que tem um espectáculo residente dos Custom Circus. O Rui faz parte tanto do Nirvana Studios como dos Custom Circus. O que podia ter sido feito ao computador, ele fê-lo durante o estado de emergência. 'Trabalhei só 15 dias em casa a fazer vídeos para o espectáculo que acabou por não estrear. Iria estrear em Março mas apesar de ter sido adiado continuámos a produzir para o espectáculo. Como consequência, parámos a parte também de reconstrução do Custom Café – a sala de teatro dos Custom Circus – exactamente por não haver previsão para a estreia do espectáculo. E começámos a fazer outras coisas. Fizemos uma exposição na Galeria S.T.R.A.N.G.E. e quando isto tudo reabriu pensámos que, já que não há uma estreia do espectáculo, vamos pegar nas peças e fazer uma exposição acerca do próprio espectáculo.'"
"O Nirvana Studios é um espaço cultural alternativo que tem um espectáculo residente dos Custom Circus. O Rui faz parte tanto do Nirvana Studios como dos Custom Circus. O que podia ter sido feito ao computador, ele fê-lo durante o estado de emergência. 'Trabalhei só 15 dias em casa a fazer vídeos para o espectáculo que acabou por não estrear. Iria estrear em Março mas apesar de ter sido adiado continuámos a produzir para o espectáculo. Como consequência, parámos a parte também de reconstrução do Custom Café – a sala de teatro dos Custom Circus – exactamente por não haver previsão para a estreia do espectáculo. E começámos a fazer outras coisas. Fizemos uma exposição na Galeria S.T.R.A.N.G.E. e quando isto tudo reabriu pensámos que, já que não há uma estreia do espectáculo, vamos pegar nas peças e fazer uma exposição acerca do próprio espectáculo.'" ©Inês Ventura
"Ricardo Gama na guitarra portuguesa e João Correia na viola, Santarém. Os Três Bairros estavam a finalizar o seu segundo álbum quando a pandemia se deu. O maior impacto que toda esta situação teve sobre eles, enquanto banda, foi o adiamento não só do lançamento do álbum como de toda a tour que o sucederia. Também estiveram e continuarão a estar presentes online, mas é nos palcos, na interacção com o público que os Três Bairros são mais felizes, pelo que aguardam (im)pacientemente que toda a situação normalize tanto o quanto possível para poderem regressar a esse lugar feliz que é o palco."
"Ricardo Gama na guitarra portuguesa e João Correia na viola, Santarém. Os Três Bairros estavam a finalizar o seu segundo álbum quando a pandemia se deu. O maior impacto que toda esta situação teve sobre eles, enquanto banda, foi o adiamento não só do lançamento do álbum como de toda a tour que o sucederia. Também estiveram e continuarão a estar presentes online, mas é nos palcos, na interacção com o público que os Três Bairros são mais felizes, pelo que aguardam (im)pacientemente que toda a situação normalize tanto o quanto possível para poderem regressar a esse lugar feliz que é o palco." ©Inês Ventura
"O Rodrigo é um freelancer que trabalha em diversas frentes. É um dos fotógrafos oficiais da Dave Matthews Band pelo que este ano iria cobrir alguns concertos na tour de Verão da banda. O Rodrigo é a segunda história internacional deste projecto, por viver no Brasil. A ligação poderia não ser a melhor, mas não é por isso que deixamos de contar a sua história. 'Eu não acho que a gente vá tirar grande lição disto, eu sou pessimista nesse sentido. Mas eu gostaria que as pessoas que têm condições e o privilégio de poder ficar em casa durante esse tempo e não ser afectado economicamente que vejam as outras pessoas e que tentem ajudar de alguma forma, mas não apenas durante a pandemia, para sempre. A gente precisa de ter uma sociedade justa não só enquanto pessoas mas em relação a tudo, com o meio ambiente, com o mundo em que a gente vive. Com a pandemia isso fica muito claro.“
"O Rodrigo é um freelancer que trabalha em diversas frentes. É um dos fotógrafos oficiais da Dave Matthews Band pelo que este ano iria cobrir alguns concertos na tour de Verão da banda. O Rodrigo é a segunda história internacional deste projecto, por viver no Brasil. A ligação poderia não ser a melhor, mas não é por isso que deixamos de contar a sua história. 'Eu não acho que a gente vá tirar grande lição disto, eu sou pessimista nesse sentido. Mas eu gostaria que as pessoas que têm condições e o privilégio de poder ficar em casa durante esse tempo e não ser afectado economicamente que vejam as outras pessoas e que tentem ajudar de alguma forma, mas não apenas durante a pandemia, para sempre. A gente precisa de ter uma sociedade justa não só enquanto pessoas mas em relação a tudo, com o meio ambiente, com o mundo em que a gente vive. Com a pandemia isso fica muito claro.“ ©Inês Ventura
"Com a pandemia, a práctica desportiva colectiva parou, sem perspectiva de retorno, pelo menos não nos moldes que existia antes e certamente não para já. E o Sacavensense não foi excepção. 'Como é óbvio, todos os clubes precisam dos atletas e do futebol para ganhar dinheiro. Este clube ainda subsiste porque é um bom clube na formação e tem muitos atletas, mas acredito que haja por aí clubes de outro nível financeiro para os quais isto estará a ser ainda mais difícil.'"
"Com a pandemia, a práctica desportiva colectiva parou, sem perspectiva de retorno, pelo menos não nos moldes que existia antes e certamente não para já. E o Sacavensense não foi excepção. 'Como é óbvio, todos os clubes precisam dos atletas e do futebol para ganhar dinheiro. Este clube ainda subsiste porque é um bom clube na formação e tem muitos atletas, mas acredito que haja por aí clubes de outro nível financeiro para os quais isto estará a ser ainda mais difícil.'" ©Inês Ventura
"A Abeth é americana, mas vive em Portugal há 16 anos. Os estilos de dança ensinados na Swing Station com mais alunos são estilos que são dançados a pares e onde existe bastante contacto físico. Por isso, com o início da pandemia, a Swing Station teve de fechar as aulas presenciais passando a dar todas as aulas através do Zoom. Mas a quebra do ritmo de vida fez com que Abeth se pudesse focar no que mais a motiva: ser professora, tentar transmitir inspiração e formas de pensar na dança que fazem pensar na vida. 'Porque a dança é vida e a vida é dança. É o improviso, tu não sabes o dia de amanhã. E o jazz mostra que não sabes o próximo momento, mas sabes este e a tua resposta tem de ser adequada a este momento. E para responderes adequadamente, tens de ouvir e para ouvir tens de te calar um bocadinho e criar espaço.'"
"A Abeth é americana, mas vive em Portugal há 16 anos. Os estilos de dança ensinados na Swing Station com mais alunos são estilos que são dançados a pares e onde existe bastante contacto físico. Por isso, com o início da pandemia, a Swing Station teve de fechar as aulas presenciais passando a dar todas as aulas através do Zoom. Mas a quebra do ritmo de vida fez com que Abeth se pudesse focar no que mais a motiva: ser professora, tentar transmitir inspiração e formas de pensar na dança que fazem pensar na vida. 'Porque a dança é vida e a vida é dança. É o improviso, tu não sabes o dia de amanhã. E o jazz mostra que não sabes o próximo momento, mas sabes este e a tua resposta tem de ser adequada a este momento. E para responderes adequadamente, tens de ouvir e para ouvir tens de te calar um bocadinho e criar espaço.'" ©Inês Ventura
"A Filipa é uma autêntica Jane of All Trades. Além de trabalhar numa consultora de fitness, ainda é instrutora de pole dance, sendo acima de tudo uma defensora da prática, lutando na quebra de tabus associados à mesma. Ao contrário do que seria expectável, e apesar de ter deixado de dar aulas presencialmente ao longo do estado de emergência, a Filipa deu por si a ter mais alunos interessados em praticar as suas modalidades, ainda que através das plataformas online. 'Como as pessoas já estavam em casa, com horários mais flexíveis, houve pessoas que inclusivamente me disseram que já gostavam de ter experimentado, mas não conseguiam porque o horário não lhes dava jeito. Por isso, por um lado até foi bom porque consegui pôr as pessoas à vontade para verem os melhores horários para elas, e depois via o que podia adaptar.'”
"A Filipa é uma autêntica Jane of All Trades. Além de trabalhar numa consultora de fitness, ainda é instrutora de pole dance, sendo acima de tudo uma defensora da prática, lutando na quebra de tabus associados à mesma. Ao contrário do que seria expectável, e apesar de ter deixado de dar aulas presencialmente ao longo do estado de emergência, a Filipa deu por si a ter mais alunos interessados em praticar as suas modalidades, ainda que através das plataformas online. 'Como as pessoas já estavam em casa, com horários mais flexíveis, houve pessoas que inclusivamente me disseram que já gostavam de ter experimentado, mas não conseguiam porque o horário não lhes dava jeito. Por isso, por um lado até foi bom porque consegui pôr as pessoas à vontade para verem os melhores horários para elas, e depois via o que podia adaptar.'” ©Inês Ventura
"A Cercioeiras atende pessoas com deficiência intelectual, tendo inclusivamente um lar residencial, pelo que ao contrário de muitos outros espaços, a Cercioeiras não pôde fechar. A gestão que Ivone teve de fazer foi não só com os clientes da Cercioeiras mas também com os trabalhadores. 'Foi uma fase dura… e até me emociona um bocadinho porque penso que quem está neste lado, que tem que gerir muitas pessoas, muitas situações, os seus próprios medos e os medos dos outros, manter uma organização a salvo numa fase em que tanto se falava dos lares (e nós temos um lar com 50 pessoas) foi, de facto, uma fase difícil.  cho que são estas as emoções que me assaltaram muito e ainda me assaltam.'”
"A Cercioeiras atende pessoas com deficiência intelectual, tendo inclusivamente um lar residencial, pelo que ao contrário de muitos outros espaços, a Cercioeiras não pôde fechar. A gestão que Ivone teve de fazer foi não só com os clientes da Cercioeiras mas também com os trabalhadores. 'Foi uma fase dura… e até me emociona um bocadinho porque penso que quem está neste lado, que tem que gerir muitas pessoas, muitas situações, os seus próprios medos e os medos dos outros, manter uma organização a salvo numa fase em que tanto se falava dos lares (e nós temos um lar com 50 pessoas) foi, de facto, uma fase difícil. cho que são estas as emoções que me assaltaram muito e ainda me assaltam.'” ©Inês Ventura