Verão
O regresso ao mundo do rio
Nas voltas com o labirinto do seu arquivo, o fotógrafo verifica que o fotojornalismo se transformou hoje no cenário das suas memórias. Como as fotografias dos rios e das praias, parte bem viva da sua infância. “Se disser que passaram cinco décadas eu próprio não acredito, mas passaram mesmo! Regressei a casa, não a mesma casa mas o mesmo mundo. Dentro deste universo está quase tudo na mesma, este país aqui, não mudou.”
Não nos quer hoje falar de revoluções, da guerra, dos dramas e das pessoas que os vivem. Quer sim, ir ao encontro do “verão eterno” que tem sido a sua vida, dos “sítios e das gentes que nos fazem felizes”. “Aqui atingimos a curva do rio sem a angústia de pensar no que estará para lá dela”, escreve ele.
No dia em que começa o Verão, Alfredo Cunha deixa estas bandeiras de felicidade, com o título que é também uma homenagem a Philip José Farmer, escritor de ficção científica de sua eleição e autor da série de Riverworld.