A resposta alemã
A proposta que a Comissão Europeia apresentou esta semana no Parlamento Europeu, como resposta à crise que nos atinge, tem uma inquestionável marca alemã.
No passado dia seis de Abril dois antigos ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, o verde Joschka Fischer e o social-democrata Sigmar Gabriel, publicaram conjuntamente um artigo alertando para a necessidade do Governo germânico dar inequívocos sinais de solidariedade para com os seus parceiros europeus mais vergastados pela crise pandémica. Referiram explicitamente a Espanha e a Itália. Fischer e Gabriel são duas figuras de primeiro plano no campo da esquerda pró-europeísta do seu país e compreenderam precocemente as consequências trágicas que poderiam advir da uma qualquer hesitação alemã, que seria inevitavelmente lida noutros países como uma arrogante manifestação de egoísmo nacional. Se tal ocorresse o projecto europeu sofreria um tremendo abalo. Eles intuíram que, uma vez mais, os olhares europeus se voltariam para a Alemanha. Já havia sido assim aquando das crises do euro e dos refugiados.
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