Arquitectura
Spectris Innovation Centre: um contentor onde te podes sentir em casa enquanto trabalhas
Este projecto do studium reúne cerca de 60 postos de trabalho em open space, numa fusão entre áreas de reunião, zonas de trabalho em equipa, espaços individuais e zonas para descompressão e lazer. Desenhado para as empresas Detailsmind, HBM Fibersensing e HBK Porto, o Spectris Innovation Centre é um centro de escritórios localizado na Maia que tem como principal vantagem a liberdade: as pessoas “podem sentar-se onde quiserem, deambular por onde quiserem, trabalhar onde quiserem em conjunto com um colega do outro lado do mundo sem incomodar o colega do lado, porque o espaço tem mais-valias acústicas e espaços de reunião fechados”.
Sérgio Miguel Magalhães, também conhecido como Monstruktor, é o arquitecto responsável pelo projecto, que teve como colaboradores Catarina Rodrigues, Hugo Martins, Miguel Barbosa e Tiago Nogueira. O autor explica ao P3 que o maior desafio que surgiu foi o próprio local, “um espaço não-referencial e difícil de trabalhar (porque era um contentor completamente vazio)”, onde “não há uma única linha de referência a não ser a luz que vem da fachada”, sendo que o cliente tinha a “necessidade de ter pessoas a trabalhar em conforto no interior”. No entanto, Sérgio diz preferir precisamente “este tipo de desafios”. “Não me interessa estar a trabalhar com funções repetitivas, interessam-me projectos que me ponham a pensar: como é que eu vou fazer isto?”
Localizado junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, metro e vias rápidas, o edifício tem cerca de 650 metros quadrados e a sua evolução teve como objectivo “a criação de uma referência num espaço não-referencial”. E foi precisamente a partir daí “que todo o projecto foi desenvolvido”, ganhando “linhas de força, com tensões e circulações perfeitamente definidas com aqueles contentores que servem exactamente para criar uma praça central”. Tudo para “criar um espaço que as pessoas gostam de ter e sentir e onde se sentem confortáveis”.
Albergando profissionais de uma empresa dedicada à inovação e ao software, o espaço pretende garantir uma sensação de conforto quase doméstico a quem dele usufrui. Sérgio avança que está prevista uma expansão e que o projecto “tem bases para crescer para um segundo piso: em cima de toda esta estrutura — em que estão as equipas e seis grandes núcleos de trabalho — poderá existir a duplicação de 60% dos recursos em ligação com o edifício vizinho”.
Texto editado por Ana Maria Henriques