Cidades
Elogio das coisas simples
O fotógrafo Alfredo Cunha pontuou as idas aos cenários da pandemia com o registar de imagens do seu quotidiano.
Nestes tempos de clausura, muitos de nós deparamo-nos com a satisfação de descobrir a importância das coisas simples. Com o mundo em modo distópico, um raio de sol, o correr da água, a cor de uma rosa, o afago de um cão, podem ser transformados num poema épico de resgate das coisas boas da vida. Perante a cidade que se tornou estranha, habitada por tempos fantasmagóricos e gente a quem as máscaras roubam a capacidade de sorrir, o campo, com o seu jeito de eternidade imutável, surge como o refúgio dos dias em que sabíamos onde estávamos.
O fotógrafo Alfredo Cunha pontuou as idas aos cenários da pandemia com o registar de imagens do seu quotidiano. Como à procura de um remédio que nos permita limpar o olhar de tanto sofrimento. David Pontes