O PCP, Lenine e o confinamento político
Na sinistra e norte-coreana coreografia da Alameda perpassava o fantasma do triunfo da unicidade sindical. Tantas décadas decorridas e eis finalmente Soares e Zenha momentaneamente derrotados.
No meio da pandemia que nos assola o PCP ainda encontrou tempo e entusiasmo para celebrar o aniversário do nascimento de Lenine. O partido que contesta o confinamento momentâneo, resultante de uma crise sanitária, extasia-se na proclamação das virtudes do criador do mais terrível modelo de confinamento político que a História conheceu. É por isso que há qualquer coisa de obsceno e de repulsivo nas considerações que os comunistas portugueses tecem acerca dos presentes constrangimentos ao pleno exercício das liberdades públicas no nosso país. Estes constrangimentos não ofendem o modelo constitucional democrático-liberal, não se destinam a perdurar no tempo e não atacam o núcleo fundamental dos direitos cívicos e políticos. É hoje muito difícil escrever o que quer que seja que contrarie a retórica dos comunistas, dos filo-comunistas e dos imbecis sempre dispostos a representarem o papel de idiotas úteis ao serviço desta corrente doutrinária dogmática, intolerante e totalitária. Ainda mais difícil é tal tarefa quando levada a cabo a partir de uma perspectiva identificada com a herança cultural e política das grandes lutas da esquerda democrática no mundo ocidental.
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