Bandcamp retoma campanha para apoiar artistas
Em resposta ao impacto que a pandemia está a ter no mundo da música, a plataforma vai voltar a eliminar as taxas de compras esta sexta-feira. A medida repetir-se-á em Junho e em Julho.
A pandemia da covid-19 continua a afectar os vários sectores da economia e da vida em sociedade, mas “os artistas foram particularmente atingidos, à medida que digressões e concertos são cancelados para o futuro próximo”. Em comunicado, Ethan Diamon, co-fundador e CEO do Bandcamp, explica que encontrar outras maneiras de continuar a apoiar os músicos é “uma prioridade urgente para qualquer pessoa que goste de música e dos artistas que a criam”.
A 20 de Março, a plataforma renunciou às taxas e às receitas próprias para ajudar músicos e discográficas pelo mundo fora. A resposta da comunidade foi “massiva”, com um total de 4,3 milhões de dólares (quase quatro milhões de euros) gastos em música e em merchandising (15 vezes mais do que numa sexta-feira normal), e assim ajudando a cobrir “rendas, hipotecas, alimentos e medicamentos” – o básico do dia-a-dia para qualquer ser humano. Como a pandemia e o seu impacto estão longe de acabar, a empresa decidiu repetir a campanha: a 1 de Maio, o dinheiro reverterá na totalidade para os artistas. A iniciativa voltará a ter lugar a 5 de Junho e a 3 de Julho, as primeiras sextas-feiras de cada mês.
O Bandcamp é uma plataforma online que dá a artistas independentes um lugar onde podem vender e divulgar a sua música de forma autónoma. Em Portugal são muitos os artistas que a usam, sendo a ferramenta mais comum entre “bandas de garagem” e projectos musicais mais pequenos. Já este ano, trabalhos como Sun Oddly Quiet, de João Pais Filipe, e Un Kuza Runhu, de Scúru Fitchádu, foram lançados nesta plataforma.
Ethan Diamon apela aos fãs da arte para que adiram novamente e apoiem os músicos “nestes tempos desafiantes” em que toda uma cadeia de profissionais (“proprietários e funcionários de lojas de discos, tour managers, promotores de eventos, funcionários dos espaços, profissionais de iluminação e de som, fotógrafos, bartenders, seguranças e muitos outros”) precisa mais do que nunca da ajuda das suas comunidades. Aos artistas, pede-se que ajudem a divulgar a iniciativa – e, até, que criem produtos como conversas por vídeo-chamada, aulas ou tutoriais.
Texto editado por Inês Nadais