São 15 curtas que o New York Portuguese Short Film Festival (NYPSFF) já levou a vários pontos do mundo e que chegam a 30 de Janeiro ao cinema Babylon de Berlim. “Temos sempre casa cheia, 100 a 120 lugares. É um número que acho significativo”, sublinha Ana Ventura Miranda, directora do Arte Institute e do festival, em declarações à agência Lusa.
O festival teve a sua primeira edição em Junho de 2011 e foi o primeiro festival de curtas-metragens portuguesas nos Estados Unidos. Passa por 53 cidades, de mais de 20 países, e mostra o trabalho da nova geração de jovens realizadores portugueses. Em cada edição recebem entre 90 e 100 candidaturas.
“A qualidade dos filmes é óptima. Os guiões não são estáveis, há anos melhores do que outros, mas muito raramente aparecem comédias. Se tivemos dez comédias a candidatarem-se nestes últimos dez anos foi muito. Não existe e é uma pena. As que se apresentam e entram são normalmente filmes de muito sucesso. Acho que até somos um povo que, apesar do fado, somos divertidos, mas é um género que é muito raro aparecer”, observa.
Skin of Light, de André Guiomar, Voices by the Wind, de Elton Fortes, Felix Lima, Pedro Ferreira e Tiago Nunes, My Sister, de André Miranda, The Right To Be Remembered, de Rúben Sevivas, Other Rhythm, de Elton Fortes, Felix Lima, Pedro Ferreira e Tiago Nunes, On The Cusp, de Yuri Alves, PIP, de Bruno Simões, encontram-se entre as curtas-metragens seleccionadas.
Miguel Araújo - Axl Rose, de Bruno Caetano, Yellow Country, de Dinis M. Costa, Bruma, de Sofia Cachim, Gabriel Peixoto, Mónica Correia e Daniela Santos, The Doll, de Gonçalo Morais Leitão, Fled. Lay. Fell, de Bruno Carnide, Still Life, de Francisca Coutinho, The Program, de Miguel M. Matias, e Bitter Salty, de Joana X, completam o lote de 15 “curtas” que vão ser exibidas.
As curtas-metragens foram seleccionadas e submetidas à apreciação de um júri composto por figuras do meio cinematográfico português, brasileiro e americano, como Jake Benjamin e Bruno Toré, ambos editores (responsáveis por edição/montagem) e Flavia Guerra, jornalista e documentarista. “Escolher os filmes é fácil (...) Os jurados dos Estados Unidos e do Brasil votam quase sempre ao contrário, o que um gosta, o outro não gosta nada. Mas depois chegam rapidamente aos nomes”, comenta Ana Ventura Miranda.
Em Berlim, o actor Welket Bungué vai estar presente para falar do filme Terra Amarela, de Dinis M. Costa. Ana Ventura Miranda espera um público “maioritariamente português”, mas também vários estrangeiros. “Os portugueses em Berlim são sempre inclusivos. Há países em que só assistem portugueses, o que é óptimo porque muda a ideia, muitas vezes errada, que as pessoas têm do nosso cinema. Mas o público de Berlim convida sempre alemães ou amigos de outras nacionalidades para irem ver. Isso é de louvar. Nos Estados Unidos, por exemplo, ainda é complicado aparecerem americanos”, destaca a directora do Arte Institute.