O que (não) é o “populismo”?
Do Fascismo ao Populismo na História, de Federico Finchelstein, e Populismo. A Revolta contra a Democracia Liberal, de Roger Eatwell e Matthew Goodwin, inscrevem-se numa longa lista de trabalhos produzidos pelo mundo académico, reagindo a fortes estímulos exteriores, no sentido de “explicar” o recrudescimento de “populismos”.
Os usos sociais das linguagens e dos argumentos científicos devem ser devidamente examinados. É natural que as simplificações e os equívocos abundem. É preciso tempo e trabalho para os descodificar. No mesmo sentido, o modo como determinados fenómenos sociais ou políticos são transformados em “problemas” a estudar ou resolver, com urgência, pela comunidade científica merece cautelas. As razões são numerosas, mas apontemos uma óbvia. O protocolo científico nem sempre é respeitado: a agitação política, social e mediática em torno de um dito “problema” tende a condicionar os tempos e os sentidos de uma investigação que se quer criteriosa e rigorosa.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.