Arquitectura
Esta casa de Guimarães está protegida por um “ninho” de madeira
A privacidade era uma exigência dos proprietários e tornou-se na principal característica da casa projectada pelo gabinete de arquitectura REM'A. Construída ao longo de um loteamento típico da periferia da cidade de Guimarães, a Casa A foi “um grande desafio” para os arquitectos. Afinal, conseguir uma habitação com privacidade quando o lote está circundado por outras casas não é tarefa fácil.
O projecto de Romeu Ribeiro e José Pedro Marques, cuja construção terminou em 2019, teve de desenrolar-se de acordo com as “características do próprio lote”, explica o primeiro arquitecto. Isto porque o terreno tinha duas cotas, o que obrigou a uma divisão em dois pisos: “o primeiro seria um piso de contenção, o superior seria um volume cego de monólito”, isto é, um volume sem janelas que, por consequência, coincidiria com o muro de contenção de terras.
A luz solar penetra pelo piso superior através de “paredes falsas” e clarabóias e entra no piso de contenção através de mais clarabóias, desta feita provenientes da posição enviesada do monólito.
“A proposta gravita à volta de duas relações de utilização distintas: a social e a privada”, conta o arquitecto. Para as zonas sociais, localizadas essencialmente no piso de contenção, foram definidos espaços exteriores para permitir uma “transversalidade nas relações interior/exterior da casa”, como a sala de estar, separada da piscina por uma caixilharia que, quando recolhida, faz com que o “espaço social se prolongue”. Já a estrutura monolítica foi “revestida a madeira, com as réguas na diagonal, numa alusão simples a um ninho que envolve a zona privada da casa”.