Edward Abbey, Robert Crumb, George Hayduke: manual de instruções para rebentar com o progresso
É possível existirem ícones iconoclastas? Edward Abbey, Robert Crumb e George Hayduke conquistaram um lugar a dinamitarem os ídolos da cultura americana, que se escudou no culto do progresso para justificar a destruição do ambiente. O Gangue da Chave Inglesa é a Bíblia do ecoterrorismo: destruam as máquinas que vos ajudam a viver, antes que elas destruam a própria vida.
Edward Abbey é um dos grandes renegados da cultura americana da segunda metade do séc. XX. Não é de espantar que apenas um dos seus livros tenha sido adaptado ao cinema. Lonely are the brave (David Miller, 1962) é o filme favorito de Kirk Douglas e é também o filme em que Michael Douglas mais gostou de ver o pai a actuar. Começa com um cowboy a dormir ao relento, mas logo de seguida é despertado por três aviões a jacto que cruzam o céu. No fim, ele e o seu cavalo são atropelados por um camionista. “Um magnífico anacronismo”, chamou-lhe Spielberg. Douglas descobriu o livro de Abbey, The brave cowboy, e tratou de vê-lo adaptado ao cinema. A sua personagem, Jack Burns, representa aquilo a que continua a dar mais importância: “A dificuldade de ser um indivíduo.”
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