De G3 em riste, o povo entrou na História

Durante quase meio século, a G3 foi a arma dos soldados portugueses. Fez a Guerra Colonial e o 25 de Abril, marcou o último ciclo do império português. Tornou-se ícone, lenda e objecto de um culto difícil de explicar. Por ser uma arma distribuída por todos, foi como se, de G3 em riste, o povo tivesse entrado na História, como protagonista. Não isento de culpa, na guerra, nem de heroísmo, na libertação. Agora, a G3 sai de cena.

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No Hospital Militar de Luanda, em 1969, Rui Fonseca reconheceu o homem que tinha atingido em cheio na cabeça, apesar da prótese metálica que agora lhe substituía parte do crânio. Era ele o combatente do MPLA a quem, numa operação no mato, apontara a sua G3 antes de disparar o tiro quase certeiro. Ele, o inimigo, a ser tratado no mesmo hospital, por médicos e enfermeiros da metrópole e de Angola, brancos e negros.

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