O despertar do relógio biológico de um pai sem filhos
Sempre achei que queria ter filhos, mas eles eram apenas uma ideia — não uma presença física, um ser que respirava. Mas após conhecer o Christopher, comecei a perceber um pouco aquilo a que se chama o relógio biológico que existe dentro de todas as mulheres.
Há 23 anos, acabado de sair da universidade, e trabalhando há seis meses no pior emprego que tive em toda a minha vida, apaixonei-me pelas crianças. Estava na hora do almoço, e os publicitários da companhia onde eu trabalhava tinham-se reunido no gabinete do director, no 19.º andar de um edifício que parecia um foguetão espacial. Por uma qualquer razão, a Clarissa tinha levado o filho para o trabalho naquele dia. O Christopher tinha três anos, era giríssimo e tinha o nariz a pingar. Um homenzinho num mundo onde eram as mulheres que mandavam — ou pelo menos era assim que eu sentia, pois trabalhava para uma editora que me atirava coisas e que ficava com a cara manchada quando me gritava.
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