Alterações às leis de jogo para acabar com “perdas de tempo propositadas”
Equipa técnica no banco de suplentes pode ser punida com cartões, substituições a partir de qualquer parte do campo, posicionamento do guarda-redes nos penáltis e distância dos adversários nas barreiras são algumas das mudanças.
Substituições e pontapés de baliza que duram uma eternidade, conflitos na formação de barreiras antes de um livre, antes de um jogo retomar ou até pelo facto de o árbitro ter sido atingido. Muitos destes momentos são para acabar a partir da próxima temporada com as novas alterações às leis de jogo, já anunciadas em Março pelo International Board (IFAB), com o principal objectivo de aumentar o tempo útil de jogo. Nesta segunda-feira, o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) organizou na Cidade do Futebol, em Oeiras, uma formação aberta aos órgãos de comunicação social para explicar as alterações às leis de jogo.
Vários jornalistas e comentadores marcaram presença neste esclarecimento dado pelo vice-presidente deste organismo, João Ferreira, e pelos árbitros internacionais Tiago Martins e Hugo Miguel. “Queremos melhorar o trabalho de todos”, apelou o presidente do CA da FPF, Fontelas Gomes, antes do início dos trabalhos.
As alterações já anunciadas pelo IFAB entram em vigor em Portugal a partir do dia 4 de Agosto, na final da Supertaça entre Benfica e Sporting, estando já em prática nas várias competições que foram e estão a ser realizadas este Verão (como a Copa América, Mundial Feminino, Gold Cup ou a Taça das Nações Africanas). Os clubes e os jogadores em Portugal já estão a ser informados e instruídos sobre algumas das mudanças, assegurou o CA da FPF.
O estudo mais recente do Observatório do Futebol, em Dezembro de 2018, concluiu que Portugal é o país europeu com menos tempo útil de jogo. Em 90 minutos, apenas 46 são verdadeiramente disputados, ou seja, cerca de metade do jogo (50,9%) é de facto jogado. Em Janeiro deste ano, os treinadores da I Liga também já se tinham reunido na sede da FPF para procurar medidas contra as consideradas “perdas de tempo propositadas” referidas pelo vice-presidente do CA, João Ferreira.
As várias alterações do IFAB (que afectam os jogadores, árbitros, a duração do jogo, a bola em jogo e fora de jogo, a determinação do resultado, as faltas e incorrecções, os pontapés de livre, os penáltis e os pontapés de baliza) visam diminuir este dado em Portugal e em todo o futebol.