Um grito pungente, para os que estão sem voz
Dez anos depois da edição original, Regresso a Reims é publicado em Portugal. Numa conversa com o Ípsilon, o sociólogo francês considera que as análises que lá propôs ainda são válidas. E está a começar a escrever uma espécie de volume 2 que abordará questões sobre classes sociais, a velhice e a política.
Didier Eribon é investigador, sociólogo, filósofo, escritor, professor universitário. Interessa-se particularmente por duas formas de dominação: a exercida pelas elites, pelos proprietários, sobre as classes populares; e a exercida pelo patriarcado sobre as minorias sexuais e as mulheres. Publicou várias obras influentes sobre estes temas, como Réflexion sur la question Gay (Reflexões sobre a Questão Gay) e, em 2009, Regresso a Reims, um ensaio marcante que conta, a partir da sua própria adolescência num meio familiar operário, a maneira como a pobreza e a incultura se reproduzem em cada geração, um fenómeno, segundo ele, favorecido pela violência implícita das elites. Regresso a Reims que chega a Portugal numa edição da D. Quixote foi traduzido em muitos países e foi adaptado ao teatro.
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