As múltiplas vozes da denúncia do colonialismo
É uma peça fundamental para se compreender um dos mais importantes momentos históricos de censura do moderno colonialismo europeu, de denúncia das suas iniquidades e das suas consequências.
Os debates sobre o passado colonial e suas ramificações no presente, sobre as suas dinâmicas e consequências, têm florescido um pouco por todo o mundo ocidental. As disputas sobre a memória e a história (as duas por vezes deliberadamente misturadas, noutras infelizmente confundidas) abundam, revelando um investimento considerável de vários grupos sociais, com diferentes motivações e graus de conhecimento. Infelizmente, contam-se também os que procuram protagonismo fácil, amiúde guiados por intenções exculpatórias ou impulsos acusatórios, ambos com frágil fundamentação, de resto. Este oportunismo tem criado, por exemplo, uma ilusão de novidade e originalidade sobre discussões revelhas, e, muitas delas, resolvidas. Algumas delas remontam, aliás, ao próprio contexto histórico passado que se invoca, nem sempre com rigor nem atenção para as suas subtilezas. O livro de Mark Twain, O solilóquio do rei Leopoldo, de 1905, é uma fonte importante para o compreender.
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