Plásticos acumulados nos rios vão poluir durante décadas mesmo sem mais produção
Conclusão veio de um projecto da Universidade de Birmingham. 100 Plastic Rivers junta cientistas de mais de 60 locais do mundo que recolhem amostras de água e sedimentos nos rios para tentar perceber como é que os plásticos são transportados e transformados.
Os plásticos acumulados nos rios vão continuar a poluir durante décadas ou mesmo séculos, mesmo que o mundo deixe de usar plástico hoje, concluíram cientistas envolvidos num estudo sobre o percurso daquele material até ao mar.
Há muita informação sobre a poluição dos oceanos por plásticos, mas há poucos estudos sobre como esses plásticos chegam ao mar, uma lacuna que a Universidade de Birmingham, no Reino Unido, pretende colmatar com um estudo centrado nos rios e na foz dos rios.
O projecto 100 Plastic Rivers ("100 Rios de Plástico”, em português) junta cientistas de mais de 60 locais do mundo que recolhem amostras de água e sedimentos nos rios, para tentar perceber como é que os plásticos são transportados e transformados, e como é que se acumulam nos sedimentos, criando um legado poluente de longa duração.
“Mesmo que parássemos agora mesmo de usar plástico ainda haveria décadas, se não séculos, de plásticos pelos rios em direcção aos nossos mares. Estamos cada vez mais conscientes do problema que isso está a causar aos oceanos, mas só agora estamos a começar a olhar para de onde esses plásticos vêm e como é que eles se estão a acumular nos sistemas fluviais”, disse Stefan Krause, da Escola de Geografia, Terra e Ciências do Ambiente da Universidade de Birmingham.
Os primeiros resultados do projecto serão apresentados na Assembleia Geral da União Europeia de Geociências, que decorre em Viena, na Áustria, até 12 de Abril. Mas segundo os responsáveis há um quadro complexo de uma grande diversidade de tipos e fontes de plástico em estuários de rios do Reino Unidos e de França.
Um estudo recente, também da Universidade de Birmingham, que analisou amostras de água e sedimentos em rios britânicos e franceses mostrou que existe uma variedade muito maior de tipos de plástico do que era previsível, mesmo em países relativamente bem regulados em termos ambientais.