A saliva humana limpa o que está sujo e deu a Portugal um Ig Nobel da Química
Trio português analisou em que medida é que a saliva é boa para limpar superfícies.
O prémio Ig Nobel da Química 2018 foi atribuído esta sexta-feira a três investigadores portugueses pelo estudo "Saliva humana como agente de limpeza de superfícies sujas".
O nome é parecido, mas estes não são os prémios atribuídos pela academia sueca. Os Ig Nobel são uma paródia da responsabilidade da revista Annals of Improbable Research e distinguem todos os anos os projectos científicos mais engraçados, imaginativos e improváveis no âmbito científico.
Paula Romão, Adília Alarcão e César Viana foram os vencedores e analisaram em que medida é que a saliva é boa para limpar superfícies. O artigo foi publicado na revista Studies in Conservation.
Os autores não estiveram presentes na entrega de prémios, mas enviaram um vídeo no qual Paula Romão agradece à comissão organizadora pela consideração. E explicou, em tom de brincadeira: a saliva é mesmo “um agente bastante eficiente na limpeza de superfícies sujas como de pintura, escultura ou madeira. Mas não tentem usá-la nas bancadas da vossa cozinha.”
Em tom de piada e para provar o estudo, uma investigadora do curso de curadoria e conservação do Harvard Art Museum, Francesca Bewer, pegou num cotonete embebido em saliva, limpou uma pintura e o resultado apareceu aos olhos de todos.
Para além de a saliva ser grátis e amiga do ambiente, “este estudo é um exemplo maravilhoso de como a ciência vem suportar práticas tradicionais”.
A lista completa pode ser consultada na revista Science.
Texto editado por Pedro Rios