PSD e CDS exigem resposta rápida do 112

Segundo o Correio da Manhã, a central da linha de emergência no Sul está a funcionar em alguns turnos com apenas quatro funcionários, o que faz com que haja quem espere três minutos para ser atendido.

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PSP garante que “média de tempo de espera no atendimento aproxima-se actualmente dos 15 segundos”. jos Joao Silva - colaborador

O deputado do PSD Ricardo Baptista Leite exigiu esta segunda-feira aos ministérios da Administração Interna e da Saúde que garantam respostas em "tempo devido" da linha nacional de emergência, o 112, enquanto o CDS-PP pediu esclarecimentos ao Governo sobre os eventuais atrasos no tempo de atendimento do serviço.

As reacções ocorreram depois do Correio da Manhã ter noticiado que a central do 112 que serve nove distritos do Sul do país está a funcionar com falta de pessoal, havendo turnos com apenas quatro funcionários quando, diz aquele jornal, o número ideal seria 12. Esta escassez de recursos humanos terá feito aumentar o tempo de resposta do serviço, havendo quem fique três minutos à espera que um telefonema seja atendido.

A Direcção Nacional da PSP emitiu já uma nota negando a “ruptura” do Centro Operacional 112 Sul e garantindo que a “média de tempo de espera no atendimento aproxima-se actualmente dos 15 segundos”, valor que diz estar em linha com as médias europeias. Não revela, contudo, tempos máximos de espera. 

Segundo uma escala de serviço publicada no Correio da Manhã, e que cuja fonte identificada é o próprio 112, nas escalas das 00h às 8h e das 16h às 24h há vários dias de Agosto em que trabalham apenas quatro operadores, apesar de noutros dias exactamente nos mesmos turnos chegarem a estar disponíveis oito. A PSP diz que a gestão da escala de operadores é “ajustada de acordo com as necessidades e volume de chamadas a processar”, precisando que a central garante o atendimento de uma média superior a 8.000 chamadas diárias com origem nos distritos de Leiria, Santarém, Castelo Branco, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Évora, Beja e Faro.

O comunicado da PSP reconhece que “em situações excepcionais de maior complexidade podem existir momentos de um exponencial aumento de chamadas”, referindo-se a incidentes de grande visibilidade e impacto, em que a mesma situação pode gerar centenas de chamadas de diferentes origens, "resultando numa maior demora no atendimento”. Sustenta, no entanto, que esse tipo de situação “não se resolveria com o aumento do número de efectivos/operadores por si só, dado o enorme volume de chamadas”.

O deputado do PSD Ricardo Baptista Leite exige ao Governo uma acção rápida no terreno. "Queremos que os ministérios da Administração Interna e da Saúde assegurem junto dos portugueses que tudo está a ser feito para resolver de imediato a situação e para garantir que as respostas que têm de ser dadas possam ser dadas no tempo devido", defendeu Ricardo Baptista Leite, em declarações à agência à Lusa.

O deputado sublinhou que o PSD não quer "contribuir para qualquer forma de alarmismo", mas sim para "ver soluções", admitindo chamar os ministros da Administração Interna e da Saúde ao Parlamento, mesmo antes de Setembro, caso se justifique.

"Em pleno Verão, com um pico de temperaturas, tendo-se verificado o pico do número mortes na sexta-feira, o que traduz o período temporal e meteorológico que estamos a viver, não podemos aceitar que haja este tipo de condicionamento do nosso sistema de segurança e de resposta rápida", afirmou. E realçou que o 112 responde a casos de emergência médica, mas também noutras situações, como os incêndios.

Já o CDS reagiu através de uma conferência de imprensa dada pelo vice-presidente do partido, Adolfo Mesquita Nunes, no Parlamento. O deputado anunciou que o grupo parlamentar centrista entregará, ainda esta segunda-feira, uma pergunta ao Governo para o questionar "porque está esta linha a funcionar nestas condições e o que vai ser feito de imediato para que possa ser reposta".