A 19 de Maio, no mesmo dia de Bragança, Faro recebe a sua primeira marcha LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais). O encontro está marcado para o parque de estacionamento da Escola Secundária João de Deus (antigo Liceu de Faro), pelas 16 horas. Organizada pela Associação para o Planeamento da Família (APF) Algarve, a marcha termina (com um arraial) no Largo da Madalena.
Ao P3, Miguel Algodres, membro da organização, refere que a marcha "tem como máxima a defesa dos direitos humanos e, particularmente, dos direitos LGBTI+". Isto numa região onde esta comunidade "não tem sido muito acompanhada". "A nível político e local [as pessoas] ainda estão muito desinformadas em relação a estas questões e não vêem a importância que isto pode ter para o concelho", refere o também técnico da APF. Tal tanto pode ser sinónimo de preconceito como de discriminação — "que existe, principalmente, nos meios [locais] mais pequenos".
Depois, ainda que "tenham sido alcançados" alguns direitos LGB, no que toca aos transexuais "ainda existe um longo caminho pela frente", sublinha Miguel Algodres. E a APF não está indiferente. "Esta comunidade acaba por não se sentir muito apoiada e por viver à margem da sociedade e nós queremos que tenha alguma visibilidade nesta iniciativa", refere. Sobretudo numa zona do país, o Sul, onde "muitas das vezes os direitos LGBTI+ estão um bocadinho em segundo plano e nem sempre são contemplados".
Qual a solução, então? A APF acredita que uma marcha pode ajudar. E, por isso, a 19 de Maio, estará na rua aquela que será a primeira marcha LGBTI+ do Algarve, que culmina, pelas 18h, num arraial, para continuar a celebrar a diversidade.