O número de gatos e cães obesos está a aumentar. E, neste caso, nem sempre gordura é formosura. O excesso de gordura vem acompanhado do aumento de risco de muitas patologias e encurtamento da esperança média de vida. Então porque é que temos cada vez mais gatos e cães obesos?
A obesidade resulta de um período em que o nosso cão ou gato consumiu mais energia (calorias) do que o que gastava. Esse excesso de calorias depositou-se como gordura, acumulando-se. A gordura vai manter-se se continuar a existir uma alimentação em excesso (a ganhar gordura), mas também mesmo que se passe a gastar todas as calorias que consome por dia (balanço energético neutro). A única forma de perder gordura é gastar mais calorias do que consumimos.
Mas como é que os gatos e cães consomem mais energia do que a que gastam? Os principais factores são o exercício e a dieta. Os nossos animais cada vez fazem menos exercício. Levamos animais habituados a ambientes rurais e fechámo-los num apartamento. Tal como nós, tornaram-se sedentários. Se não os estimularmos com jogos e passeios, o mais provável é que não estejam a fazer o exercício diário que necessitam.
As dietas também mudaram. O principal factor na escolha da ração pelo dono é a aceitação pelo animal (se come bem). Por isso, as marcas têm vantagens em produzir dietas cada vez mais apetitosas para os nossos animais. Mas estamos a torná-las tão apetecíveis que os nossos cães e gatos simplesmente não sabem quando parar de comer. Para muitos animais, se continuarmos a encher a taça eles continuam sempre a comer. O sabor e odor atractivos da dieta, aliados à elevada densidade calórica, originam obesidade. Por isso é importante seguir à risca as doses recomendadas para o peso do nosso animal.
Mas existem mais factores envolvidos na obesidade. O stress, nervosismo, aborrecimento ou a presença do dono ou de outros animais podem levar a maior ingestão. Os animais castrados e de maior idade também têm menor necessidade energética. Algumas doenças, como o hipotiroidismo, poderão originar obesidade, enquanto algumas raças estão mais predispostas devido à condição corporal da raça (mais ou menos musculada).
Dentro destes factores secundários, o mais importante é a percepção do dono. Se o dono não estiver consciente do problema da obesidade e das suas consequências na saúde do seu animal, não irá investir na prevenção e tratamento (emagrecimento). A obesidade do dono também pode ser um factor de risco.
Na humanização dos cães e gatos, vemos os animais como reflexo do humano e não atendemos às suas necessidades naturais. O cão e gato não precisam de comer em excesso para ter prazer. Nem o teu amor deve ser comprado com o excesso de guloseimas ou partilha de alimentos humanos pouco saudáveis. Os nossos animais precisam de uma dieta equilibrada e de que o dono atenda às suas necessidades de exercício, sendo através de passeios ou por jogos e brincadeiras. Não podemos privar os nossos animais dos seus comportamentos naturais (ex. correr, “caçar”, trepar) em detrimento de comportamentos humanos (ex. comer por socialização).
Por isso, uma forma fácil e simples de mantermos os nossos animais saudáveis é estimularmos o exercício e sermos rígidos com a dieta. Ao fornecer excesso de alimentos, estamos a ser contraproducentes: gastamos mais dinheiro em ração ao fim do mês para engordar o nosso cão ou gato, o que não lhes trará mais felicidade e poderá estar na origem de outros problemas de saúde. Em contrapartida, para o cão ou gato fazer mais exercício precisa de mais atenção do dono (para passeios e brincadeiras) - o que fará ambos mais felizes.
Podes saber mais sobre a obesidade em cães e gatos no site O Meu Animal.