O que é o Tejo-Segura?
Transvase visa combater a escassez de água no sudeste de Espanha. É uma gigantesca obra de engenharia, mas também um alvo de críticas.
O transvase Tejo-Segura teve o seu primeiro plano em 1933, com o pressuposto de que havia água a mais no Tejo e escassez em Murçia. A execução da obra foi aprovada em 1968. Em 1970 são feitos os primeiros testes de funcionamento e em 1981 é feito o primeiro transvase. Espanha enaltecia uma obra de engenheiria hidráulica nunca vista e a maior da Península Ibérica.
O projecto foi criticado desde o primeiro dia pelos defensores do rio de várias províncias da região autonómica Castela-La Mancha. A resposta do Estado espanhol foi sempre a da valorização económica de um bem que dizia existir a mais no Tejo e a menos no levante espanhol.
Essa é a resposta que é dada ainda hoje, juntando-lhe o argumento que a água transvasada do Tejo para o Segura gera 100 mil empregos na região de Múrcia e 2.364 milhões de euros para a economia espanhola.
A guerra contra o Tejo-Segura está mais forte que nunca, juntando cidadãos e autarcas de todas as cores políticas. Há manifestações frequentes, debates, cresce o número de movimentos de defesa do rio e o tema já foi levado ao Parlamento Europeu, tentando convencer a União Europeia a, pelo menos, obrigar Espanha a reduzir o caudal do transvase. Na região afectada não se pede apenas a redução, pede-se o fim.
Em Agosto deste ano, o Greenpeace divulgou um estudo do geólogo espanhol Francisco Turrion Paláez, que garante que a bacia do rio Segura tem recursos próprios suficientes para responder a todas as suas necessidades de água actuais e futuras desde que ambientalmente sustentáveis, concluindo que a ligação Tejo-Segura poderia encerrar.