Vamos fazer uma campanha limpa?

A arena política tem de ser limpa e não pode ser confundida com espectáculos televisivos de baixa qualidade.

Será que Portugal “descobriu” uma nova maneira de fazer política? De um certo ponto de vista, colocar a pergunta é também dar-lhe a resposta: sim! E os responsáveis são, nem mais nem menos, o primeiro-ministro e o Presidente da República. Tanto António Costa como Marcelo Rebelo de Sousa estão a reescrever os cânones dando o exemplo do que é fazer política pela positiva, puxando pelo país e pelas pessoas, dignificando-as e dando-lhes razões para sorrirem ao apontarem-lhes motivos para reganharem uma esperança que se julgava perdida.

Parece terminado, pelo menos em Portugal, o ciclo em que os partidos e os agentes políticos ganhavam votos com a política do “bota abaixo”. Agora, o paradigma é outro: reina a confiança e o clima político e social é muito mais ameno. As pessoas sentem que a sua vida melhorou e os discursos catastrofistas e carregados de mensagens negativas pura e simplesmente não colhem. São já poucos os políticos e comentadores que ainda não o compreenderam.

Depois do maldizer, da inveja, da má-fé, inaugurou-se o tempo de diálogo, do compromisso. Agora é tempo de investimento: não desistir das pessoas e investir nelas colocando-as no centro. Mais e melhor ainda: as pessoas, são, elas próprias, o centro.

Estou muito curiosa para ver como vai decorrer a campanha eleitoral autárquica, mas estou em crer que o clima de confiança e de simpatia que Costa e Rebelo de Sousa conseguiram instaurar vai inspirar muitos candidatos a presidentes de câmara. Chegou o tempo de valorizar o que está feito, quando está bem feito, em vez de, como acontecia muitas vezes até aqui, criticar e apresentar soluções de bolso e promessas em que nem os próprios candidatos acreditavam. É assim que eu própria me apresentarei ao eleitorado, assumindo uma candidatura pela positiva e olhando a política como aquilo que deve ser: uma forma de melhorar a qualidade de vida das populações.

Os debates políticos e a discussão de ideias, durante a campanha eleitoral ou fora dela, só fazem sentido se obedecerem a regras de civismo em que, acima de tudo, deve respeitar-se o eleitor. A arena política tem de ser limpa e não pode ser confundida com espectáculos televisivos de baixa qualidade a merecer bolinha vermelha no canto superior esquerdo do ecrã.

Deputada à Assembleia da República e candidata do PS à Câmara de Matosinhos

 

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