Os emojis são a mais nova aquisição da colecção do Museu de Arte Moderna (MoMa) de Nova Iorque. Mas não esperes ver rostos amarelos e os outros desenhos bem delineados que estamos habituados a utilizar. Os 176 caracteres de imagem, que se tornaram obras-primas datam de 1999 e foram desenvolvidos com traços simples pela empresa japonesa NTT DoCoMo, a partir da ideia de Shigetaka Kurita.
Com um formato de 12x12 pixels, cores únicas e alguns símbolos dificilmente decifráveis, os emojis de Shigetaka, projectados para pagers e telemóveis antigos, marcaram o início de uma nova linguagem visual. Muitos dos pictogramas atcuais – agora considerados universais - já estavam presentes no conjunto divulgado há 17 anos e podem ser identificados como, por exemplo, o coração, o copo de Martini e o rosto sorridente.
A explosão dos emojis veio a ocorrer mesmo em 2011, quando a Apple adicionou oficialmente os símbolos aos seus dispositivos. A partir daí, houve uma evolução não só na forma dos pictogramas como também na presença destes pequenos elementos no quotidiano.
O MoMa, ao anunciar a inclusão dos originais na sua colecção, descreve-os como “peças humildes de design [que] plantaram as sementes para um crescimento exponencial de uma nova linguagem visual”. E complementa: “Os emojis ligam-se a uma longa tradição expressiva na linguagem visual. Imagens e texturas são incorporadas na linguagem textual desde a antiguidade”.
Este não é o primeiro objecto digital presente no MoMa. Em 2010, o símbolo @ entrou para a colecção com o objectivo de desafiar o conceito que a maioria das pessoas tem sobre museus. Outras peças de design nada comuns (jogos como Pac-Man, Tetris e Sims) também estão disponíveis no MoMa, assim como noticiou o P3.
Os 176 caracteres estarão expostos no início de Dezembro, numa exibição que incorpora gráficos e animações. A instalação apresentará “a evolução dos emojis e irá oferecer aos visitantes a oportunidade de vê-los sob uma nova luz”.