As universidades e restantes instituições de ensino superior têm proporcionado aos seus elementos, bem como às comunidades envolventes, um crescimento saudável e polifacetado através dos inúmeros acordos de acolhimento de alunos estrangeiros em programas de mobilidade.
Sabe-se que um currículo pautado por experiências diversificadas, que abrace os aspectos positivos da globalização, potencia o sucesso. Por isso mesmo, pensa-se que estes alunos estrangeiros são os maiores beneficiários desta mobilidade, mas, bem vistas as coisas, não teremos nós tantas oportunidades de crescimento e aprendizagem quanto quem nos visita?
Ora veja-se: temos a oportunidade de conhecer novas culturas, costumes, maneiras de viver e (re) pensar a vida. De revestir as cidades de olhares e sorrisos curiosos que nos convidam a nós, residentes, a olhar novamente o que nos rodeia e reparar em detalhes que fazem toda a diferença. De parar a nossa inconsciente rotina de perseguição à tradição e uni-la à diversidade do mundo.
De repente, forma-se uma “espécie” de academia de aprendizagem informal onde se debate tudo: o porquê dos sítios, das pessoas, da política, da (des)união, do pensamento crítico e, o mais importante, da necessidade de se fazer tudo isto com laços afectivos que abraçam o mundo inteiro.
Estas alianças internacionais de mobilidade são, na prática, nada mais, nada menos que afectos refinados e polifacetados, tão profundos e tão intensos que, em poucos dias, deixamos de viver em Portugal e vivemos no mundo, graças à capacidade destes alunos em nos mostrar as suas raízes e histórias pessoais. Estas histórias são uma excelente oportunidade para nos fazer pensar que há mais mundo além das nossas paredes. Muitas das vezes, até de redescobrir o local e a dinâmica em que vivemos. Passamos a ver e não somente a olhar o espaço e as pessoas que nos rodeiam.
Do ponto de vista académico, até descobrimos novas abordagens, modos de trabalho e de pensar a Academia e a Ciência. Uma interacção que desafia os conhecimentos técnicos, linguísticos, humanos e de flexibilidade perante o Outro.
No fim da mobilidade, ganhamos mais amigos. Podem estar geograficamente distantes e o contacto ser via Skype, troca de e-mails, ou em encontros pontuais, mas sabemos que o essencial está ali: a centelha de génio de ver o mundo com olhos de amar, partilha e descoberta.
Os alunos em mobilidade poderão são uma contínua viagem pelo mundo na nossa própria casa, desde que também estejamos dispostos a embarcar na aventura com eles.
Que sejam bem-vindos a Portugal!