Terror e violência foram os tópicos que mais movimentaram o Facebook em 2015

Rede social faz balanço do ano com base no que liderou as publicações dos seus utilizadores.

Foto
Facebook

Há momentos óbvios na lista dos 10 temas que mais representação tiveram no Facebook entre Janeiro e Dezembro deste ano. Os atentados em Paris, a guerra na Síria e os refugiados, a crise na Grécia ou o Estado Islâmico estiveram em maioria entre as publicações que se fizeram na rede social, que apresentou nesta quarta-feira o seu resumo de 2015.

O top 10 do Facebook foi criado com base na frequência com que um tópico foi mencionado mundialmente nas publicações feitas na rede social, analisadas de forma agregada, anónima e por classificação.

A lista arranca com as eleições presidenciais dos Estados Unidos, que decorrem no próximo ano. Entre elogios e críticas aos candidatos – desde Hillary Clinton, Donald Trump, Martin O'Malley ou Bernie Sanders -, anúncios de campanha, cobertura jornalística ou análise dos debates entre os que concorrem à presidência da Casa Branca, o Facebook indica que os utilizadores se mostraram muito interessados no processo de eleição do sucessor de Barack Obama.  

Seguem-se os atentados em Paris de 13 de Novembro, nos quais morreram 130 pessoas. Desde as reacções dos principais responsáveis mundiais com contas na rede social, a figuras públicas, celebridades, ou os utilizadores comuns, as publicações e partilhas sobre aquelas que foram as acções terroristas mais graves da última década na Europa atingiram um número surpreendente. “Perante o terror, há uma nação que sabe defender-se, sabe mobilizar as suas forças e, uma vez mais, saberá vencer os terroristas”, escreveu na sua conta oficial o Presidente francês, François Hollande.

Além das reacções, a rede social lembra que muitos usaram o Facebook para informar os amigos que estavam bem ou para manifestar a sua solidariedade pelas vítimas. À semelhança de outras situações, milhares de pessoas sobrepuseram a bandeira francesa à sua imagem de perfil.

A guerra civil na Síria e a crise dos refugiados marcaram também uma forte presença. Perante um número avassalador de pessoas que fogem da guerra – estima-se que mais de 4,1 milhões de sírios procurem refúgio noutros países –, no Facebook discutiu-se as políticas de imigração e de pedidos de asilo, com milhares a favor dos seus países receberem estas pessoas e tantos outros contra. Criaram-se grupos, eventos, páginas de apoio aos refugiados com pedidos de angariação de bens para serem doados aos milhares de pessoas que aguardam entrada na Europa em campos de acolhimento.

O terramoto no Nepal e as suas réplicas também mobilizaram os que utilizam o Facebook. Em Abril, um sismo de magnitude 7,8 atingiu o país, matando perto de nove mil pessoas e desalojando milhões de outras. Os abalos que se seguiram impediram que as operações de socorro e realojamento avançassem. A rede social indica que mais de 770 mil pessoas doaram mais de 15,5 milhões de dólares através dos seus perfis para ajudar as operações de salvamento e de ajuda humanitária.

A crise financeira grega e os nomes de Yanis Varoufakis e de Alexis Tsipras encheram feeds de notícias, principalmente na eleição de Tsipras como primeiro-ministro e a formação do Governo que queria livrar o país da austeridade. O que se seguiu, desde os votos contra da maioria dos gregos contra a renegociação do acordo de resgate financeiro à questão se a Grécia deveria manter-se na zona euro ou ainda a aceitação de um novo pacote de resgate financeiro, alimentou igualmente acessos debates e trocas de opiniões.

Durante 2015, houve um outro momento em que as fotografias de perfil ganharam outras cores, neste caso as que formam o arco-íris. A Irlanda realizou um referendo sobre a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, com o sim a sair vitorioso, e nos Estados Unidos o Supremo Tribunal decretou que todos os estados devem permitir o casamento homossexual. O Facebook revela que mais de 26 milhões de pessoas mudaram a fotografia do perfil, usando o filtro de apoio à comunidade LGBT.

O terror sob o nome de Estado Islâmico esteve também entre os tópicos mais abordados na rede social. Entre os atentados cometidos pelos extremistas, às execuções de reféns a mensagens de ódio ao Ocidente, o grupo esteve entre as palavras e as imagens que se partilharam durante este ano a condenar as suas acções.

Ainda sobre o terrorismo, o ataque ao semanário satírico francês Charlie Hebdo criou uma onda de solidariedade e de apoio à liberdade de expressão no Facebook. Je suis Charlie (Eu sou Charlie) repetiu-se em posts em forma de cartoons, de imagens de manifestações contra os ataques e de quadrados negros com a frase de apoio aos que morreram na redacção do jornal às mãos de dois homens armados e nos dias que se seguiram.

Os protestos em Baltimore, nos Estados Unidos, de repúdio pela morte de Freddie Gray, 25 anos, em Abril, durante a sua detenção pela polícia, levaram à criação de milhares de posts, que aumentaram com as intensas manifestações que se realizaram nas semanas seguintes. As críticas ao excesso de força policial sobre cidadãos negros no país levaram à criação do movimento Black Lives Matter (as vidas dos negros importam) nesta e noutras redes sociais, como o Twitter.

Outro caso de violência extrema ocupou milhares de utilizadores, principalmente nos Estados Unidos. Em Junho passado, um homem matou nove pessoas numa igreja episcopal metodista em Charleston, na Carolina do Sul, ao que tudo indica por motivos de supremacia branca. Quando as fotos do suspeito com a bandeira dos Estados Confederados da América foram descobertas, começou um debate sobre a presença da bandeira em vários edifícios públicos no país. A indignação ganhou força quando foi votada a remoção da bandeira das instituições.

Além dos tópicos mais abordados durante 2015, o Facebook criou uma página com com outras listas de top 10, incluindo os principais filmes, programas de televisão, artistas, atletas, lugares, novos jogos, novos pacotes de stickers, bem como os principais tópicos e check-ins para outros países. 

Sugerir correcção
Comentar