O ser humano tem uma tendência inegável para a arrogância, bem espelhada em diversas reacções do dia-a-dia, seja porque "eu sou o melhor...", "a minha equipa de futebol é a melhor...", "a minha religião é a verdadeira...", entre muitos outros exemplos que todos conhecemos.
Mas se quisermos acreditar que este tipo de comportamento está mais presente no comum dos mortais, estamos enganados. Também no meio científico, a arrogância por vezes impera, principalmente no surgimento de novas teorias/descobertas que venham desafiar o paradigma corrente.
Assim foi com a teoria do heliocentrismo de Nicolau Copérnico, seguido por Giordano Bruno e Galileu Galilei. Todos sofreram de alguma forma com o cepticismo da comunidade científica e religiosa da altura.
Mas outros casos mais recentes, envolvem figuras de relevo, que sendo cépticos face às grandes inovações tecnológicas, proferiram afirmações que são um excelente exemplo de como o nível da arrogância é, muitas vezes, equivalente ao mesmo nível de ignorância. Eis alguns exemplos:
"Máquinas voadoras mais pesadas que o ar, são impossíveis!" ; "os Raio-X provar-se-ão ser uma fraude" - Lord Kelvin (William Thompson - 1824-1907), Matemático e Físico, Presidente da Royal Society (Academia de Ciências Britânica);
"Máquinas mais pesadas que o ar, é insignificante e pouco prático, se não mesmo impossível" - Simon Newcomb (1835-1909), Astrónomo e Matemático;
"Um foguetão jamais conseguirá sair da atmosfera terrestre" - New York Times, 1936;
Entretanto, no plano astronómico, afirmava-se que o nosso sistema solar tinha características únicas no Universo, e que planetas fora deste sistema seriam algo muito pouco provável de existir.
Na década de 90 (sec. XX) detectam-se os primeiros planetas extra-solares, gigantes gasosos, os quais se considerava serem raros e, pelas suas características, difíceis de albergar vida sob que forma fosse.
Os anos vão passando, entra-se no novo milénio, e mais planetas vão sendo descobertos ao ponto de se começar a aceitar a ideia de que grande parte das estrelas possuiria planetas gigantes na sua órbita.
Hoje, no corrente ano de 2015, com milhares de planetas entretanto descobertos, a comunidade científica reconhece que, afinal, os planetas são algo comum no Universo, que a maioria das estrelas possui diversos planetas em órbita e que alguns destes poderão ter condições ideais para a existência de vida.
Este seguimento de exemplos, dá uma ideia ao leitor de como algo considerado rídículo e impossível, mais tarde ou mais cedo acaba por ser reconhecido como facto real.
Há duas áreas de estudo, que sofrem bastante com o estigma do cepticismo, negação e ridicularização: a Ovnilogia e a Exopolítica.
A Ovnilogia estuda os objectos voadores não identificados e a sua relação com a hipótese extraterrestre.
A Exopolítica, é uma disciplina dentro das ciências sociais, que estuda as implicações sócio-político-religiosas da vida extraterrestre. (ver quadro)
Pouca gente conhece, ou sequer deu-se ao trabalho de ler os vários estudos feitos sobre o fenómeno ovni, no entanto, uma grande parte das pessoas tem uma opinião negativa e de descrença, talvez fruto do seu desconhecimento e do contágio pelos vários mitos veiculados pela imprensa.
Dou aqui relevância a 6 desses estudos, cujas conclusões são capazes de surpreender muita gente: "Projecto Blue Book", Força Aérea US (EUA, 1952-1970), "Evidências Ovni ", Comissão Nacional de Investigação de Fenómenos Aéreos (EUA, 1964), "Simpósio sobre Discos Voadores", Audiência na Comissão de Ciência e Astronáutica, na Câmara dos Representantes (EUA, 1968), "Estudo Científico sobre Objectos Voadores Não Identificados", Universidade do Colorado (EUA, 1969), "A Experiência Ovni, Um estudo científico", Universidade de Northwestern (EUA, 1972), "Relatório Cometa - Ovnis e a Defesa: Para que nos devemos preparar?", Instituto de Estudos Avançados para a Defesa Nacional (França, 1999).
Dos milhares de casos analisados nestes estudos, depois de serem eliminadas as hipóteses de balões meteorológicos, fenómenos atmosféricos/astronómicos, aviões, alucinações/ilusões, problemas psicológicos, encontramos uma média de cerca de 20% (não são 3% nem 5% como alguma imprensa insiste em referir) de casos classificados como DESCONHECIDO (pelas suas características, comportamento, velocidade, etc), e para os quais a hipótese extraterrestre ganha mais força.
Negar que algo se passa é ter o mesmo tipo de comportamento referido nos exemplos acima indicados. Menosprezar a importância de se fazerem mais estudos, é como querer esconder algo que tem demasiadas consequências para o futuro da humanidade.
Estaremos pois arrogantemente sós no Universo ou, quem sabe, inseridos numa comunidade cósmica sem o saber?