CDS-M acusa PSD de Albuquerque de branquear governação de Jardim
Partido Trabalhista defende que o governo deveria levar o mandato até Outubro, fim da legislatura.
"Em vez de pedir desculpas aos madeirenses pela sua péssima e irresponsável governação, este novo velho PSD a primeira coisa que faz no seu congresso é pedir mais uma maioria absoluta", declarou esta terça-feira o líder regional do CDS, José Manuel Rodrigues.
Rodrigues lembrou que “foram as maiorias absolutas do PSD que conduziram a Madeira à bancarrota, ao Plano de Ajustamento, à dupla austeridade, à mais pesada carga de impostos do país, à asfixia económica, à maior taxa de desemprego e à crescente pobreza e desigualdade social". Foram ainda as maiorias absolutas do PSD, acrescentou, que “usaram e abusaram do poder e que criaram uma teia de interesses económicos e lobbies ilegítimos que alimentam clientelas e compadrios que põem em causa o bem comum”.
Por tudo isto, acentua Rodrigues, o PSD, em vez de pedir nova maioria absoluta, deveria “pedir desculpa aos que faliram devido à sua governação, às 22 mil pessoas que ficaram sem emprego, aos milhares de jovens que foram obrigados a emigrar, aos 17 mil doentes que aguardam em lista de espera por uma cirurgia, aos milhares de madeirenses que caíram na pobreza e na miséria”.
Sobre a eleição de Miguel Albuquerque, sucedendo a Jardim, Rodrigues conclui que “o PSD mudou de líder, mas, ao contrário do que proclama, não renovou protagonistas nem políticas”, pois “os dirigentes são os mesmos e as posturas são as do passado”.
Contra a opinião generalizada dos partidos de oposição que defendem a antecipação de eleições regionais, propondo o dia 29 de Março para a sua realização, o presidente do Partido Trabalhista, José Manuel Coelho, acha que Jardim devia cumprir o seu mandato até Outubro, fim da legislatura. “A Madeira está falida e ele e o partido não podem sacudir, agora, a água do capote como se não tivessem responsabilidades pela situação criada".
O deputado do PTP considera que os sociais-democratas “já estão em campanha desde o verão passado, com a comunicação toda a levar Miguel Albuquerque ao colo e com o PSD a aproveitar a embalagem das eleições internas para propaganda para as regionais antecipadas”. Assim, diz, “a oposição não vai a lado nenhum. Se o mandato fosse levado até ao fim, a oposição tinha tempo para se organizar e ir à luta".
A exoneração de Jardim da presidência do executivo regional foi formalizada esta terça-feira com a publicação em Diário da República do decreto do representante da República na Madeira. “É demitido o Governo Regional da Madeira, por efeito do pedido de exoneração apresentado pelo Presidente do Governo Regional, Dr. Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim”, refere o decreto assinado por Ireneu Barreto e datado de 12 de Janeiro, dia em que o governante apresentou o pedido formal de demissão do cargo que ocupa desde 17 de Março de 1978.